numa reunião com as direcções das bancadas do psd e cds, joão proença foi só um dos parceiros que arrasaram o governante. a mensagem foi transmitida a passos, que já tinha acumulado queixas quase desde o início da tomada de posse do governo.
um episódio ilustrativo das dificuldades com o secretário de estado, professor de economia aplicada em londres, passou-se no acordo de concertação social, assinado em janeiro do ano passado. depois de avanços e recuos, no dia em que o texto ia ser assinado desapareceu da versão final o parágrafo que comprometia o governo a dinamizar a contratação colectiva. a omissão foi sugestão de pedro martins e acabou por ser corrigida em cima da hora da cerimónia.
«é de um total autismo político», resumiu fonte da ugt ao sol. o mais recente caso aconteceu em dezembro, quando o secretário de estado defendeu o diploma dos duodécimos no plenário da assembleia da república e disse, perante a estupefacção dos deputados da oposição, mas também do psd e do cds, que os duodécimos eram uma medida «estrutural» – ou seja, deviam vigorar para sempre.
quanto ao novo secretário de estado do emprego, pedro roque, é um sindicalista, líder dos tsd, e, por isso, um sinal de tranquilidade para o sector. mal entre, tem já um problema para gerir: a lei dos duodécimos foi mal feita e, lida à letra, impediria o pagamento em duodécimos do subsídio de férias.