Menos 52% de imóveis vendidos numa década

Comprar habitação própria vai sendo cada vez mais uma operação difícil para qualquer família em Portugal. Mas esta dificuldade, tendo sido mais sentida no último ano, não é nova: nos últimos dez anos a tendência tem sido sempre de diminuição do número de imóveis transaccionados.

entre 2000 e 2011 verificou-se uma queda de 52% nas transacções de imóveis em todo o país. nesta década, segundo o instituto nacional de estatística (ine), o número de imóveis urbanos, rústicos e mistos vendidos anualmente passou de 346 mil para 167.500.

de acordo com a informação disponibilizada pelo ine, tendo por base dados provenientes da direcção-geral da política de justiça do ministério da justiça, em 2011 foram celebrados 167.496 contratos de compra e venda de imóveis, por um valor médio de 73.379 euros.

ainda durante o ano de 2011, mensalmente transaccionaram-se quase 14 mil imóveis. relativamente ao ano anterior existiu um decréscimo de 20%. também no valor médio dos imóveis transaccionados se registou um decréscimo de 20%.

na verdade, em 2010 o montante médio dos imóveis vendidos ascendeu a 91.490 euros, contra os 73.379 de 2011. esta diminuição no valor médio das transacções ficou a dever-se sobretudo à diminuição do valor de avaliação bancária, às restrições ao crédito de habitação por parte dos bancos, à conjuntura recessiva da economia nacional e, consequentemente, ao aumento do desemprego.

do total dos imóveis transaccionados cerca de 67% inseriram-se na categoria de prédios urbanos. o número de transacções dos referidos imóveis em 2011 ascendeu a 112 mil, registando um decréscimo de 26% face ao período homólogo anterior.

esse decréscimo foi acompanhado pelo valor global das transacções. o valor médio unitário dos imóveis urbanos foi de aproximadamente 100.709 euros, registando uma diminuição de 15% face ao ano transacto. a nível mensal, em 2011, o número de prédios urbanos transaccionados foi de cerca de 9.300.

lisboa com o valor médio mais alto

relativamente aos dados por regiões, tal como na globalidade do país, também se verificou uma diminuição no número de transacções. no período em análise, a região que registou uma maior quebra nos negócios imobiliários foi lisboa, com uma diminuição a rondar os 61%. a região dos açores foi onde se verificou a queda menos acentuada, 33%.

apesar da capital portuguesa ter sido a mais afectada pela diminuição de transacções imobiliárias, foi no entanto a região onde se verificou o valor médio mais elevado, que rondou os 141 mil euros. ao contrário, foi precisamente nos açores que se registou o mais baixo, cerca de 36 mil euros.

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