Portas reúne com a troika e junta-se a Gaspar

Paulo Portas reúne-se nos próximos dias com a equipa da troika e vai acompanhar o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, ao debate de urgência sobre a sétima revisão que o PS pretende agendar para a próxima sexta-feira.

o líder do cds e parceiro de coligação no governo vai assumir claramente o seu lugar na primeira linha do que o executivo entende ser a fase final da estratégia de saída da crise. depois da consolidação das contas – “dois terços do ajustamento orçamental estão já concluídos”, disse gaspar, esta quarta-feira –, portas, que vai também liderar a reforma do estado, quer ficar associado “ao princípio do fim” do programa de ajustamento económico.

esta semana, os membros da troika vão reunir com o primeiro-ministro, uma parte dos ministros e os parceiros sociais. na semana seguinte, sentar-se-ão à mesa com o grupo de trabalho do irc, liderado pelo centrista antónio lobo xavier. com um programa intenso na agenda da 7.ª avaliação, a troika só falará com os deputados a 5 de março.

o novo papel de paulo portas deixou confortados os centristas, depois de uma fase complicada e mesmo de contestação na preparação do orçamento do estado.

o eurodeputado diogo feio salienta a “coerência” do cds por pedir cortes na despesa estrutural. “manteve sempre a mesma linha política e disse que, quando houvesse condições, iria baixar os impostos” – afirmou, referindo-se ao irc, que vai ser alterado ainda este ano.

a nova fase, em que gaspar e portas estão agora unidos, é a do relançamento da economia e ambos estão convencidos que isso só será possível através do estímulo fiscal, uma reivindicação que o cds faz desde outubro do ano passado.

outro dirigente centrista antecipa que as linhas da reforma do estado – que portas ainda levará tempo a fechar – irão englobar o guião do próprio cds, reflectido na carta que enviou em janeiro à troika e que passava por rescisões na função pública, contratualização e concessões de serviços, convergências de salários e pensões dos funcionários públicos e dos do sector privado. “nada no cds acontece por acaso”, comentou.

* com david dinis

helena.pereira@sol.pt