Guerra nuclear, políticos e barragens

O assunto que mais me tem despertado a atenção é o conflito que opõe as duas Coreias e, por arrastamento, os Estados Unidos, a China, o Japão e a Rússia – e o mundo em geral.

o que passará na cabeça de um louco como o presidente norte-coreano que ameaça lançar o mundo numa guerra nuclear? se tal acontecer, o que restará do seu país e das nações vizinhas? se olharmos para o que se passou em fukushima, no japão, onde uma calamidade natural causou a libertação de radioactividade num raio de 30 quilómetros, podemos imaginar o que acontecerá se as duas coreias e os restantes aliados dispararem as suas armas uns contra os outros…

apesar disso, é difícil de visualizar a verdadeira dimensão dos hipotéticos estragos e ao vermos reportagens sobre o conflito estamos muito longe da realidade. enquanto a guerra se vai fazendo de palavras, podemos entreter-nos com outros assuntos – mais divertidos, não fosse a crise que atravessamos.

políticos-comentadores: se excluirmos as intenções de cada um, constatamos que têm muito mais audiência neste papel do que tiveram enquanto políticos no activo da vida partidária ou governamental. o povo prefere ouvi-los nesta qualidade, esquecendo que enquanto ‘obreiros’ não mereceram tanto crédito. se no futuro aproveitarão o balanço de comentadores para avançarem para a presidência ou para o governo, logo se verá. mas será curioso saber se continuarão a ter tantos adeptos.

chuvas e barragens: historicamente somos um povo conservador. sempre que alguém pretende fazer algo de novo, logo se levantam as vozes dos velhos do restelo. foi assim com os descobrimentos, com o centro cultural de belém ou com a barragem do alqueva. com as mudanças climatéricas, parece que as barragens têm dado muito jeito e temos tido excesso de produção de electricidade, permitindo mesmo exportações.

patrocínios: na holanda a passagem de testemunho da coroa real da mãe para o filho acarretará uma despesa na ordem dos 11 milhões de euros. curiosamente, a parte que toca ao estado está a ser negociada com patrocinadores que se queiram associar aos festejos. a crise assim o determina. e pensar que em portugal, há poucos anos caiu o carmo e a trindade por a iluminação de natal da baixa de lisboa ser patrocinada por particulares… o mundo está mesmo diferente.

vitor.rainho@sol.pt