A indelicadeza dos smartphones

Acha normal a quantidade de gente agarrada a smartphones e tablets que agora se vê nas conferências? Adelaide Reis.

é uma questão nova, e ainda não regulamentada nos tratados de etiqueta. sempre que não se conhecem regras, deve seguir-se o bom senso e o senso comum.

o pior é que o senso comum é cada vez menos bom. passe a snobeira, com o aumento vertiginoso das movimentações sociais as pessoas com gadgets tecnológicos de última geração têm frequentemente uma notável falta de referências e de educação para os usar em público.

às vezes, nem acredito quando vejo pessoas em conferências, e até nas missas, agarradas aos seus telemóveis (sobretudo, os sofisticados smartphones, com acesso à internet) ou tablets.

há os malcriadões, que falam ao telemóvel em qualquer lado, sem lhes ocorrer que até há pouco o mundo sobreviveu sem esses aparelhos, e que quase todos os assuntos podem esperar.

e, depois, há os malcriados, que vão às conferências por acharem de bom tom ou obrigação, e aí ocupam o tempo agarrados como patetinhas aos smartphones ou tablets, para passearem pela internet.

finalmente, há quem use esses equipamentos de maneira mais compreensível, para tomar notas nas conferências (como se fosse um bloco de papel) ou se socorrer de material para elas.

não para esta última categoria, mas para os grosseirões das duas anteriores, julgo haver cada vez mais empresas, organizadores de conferências, restaurantes e outros locais públicos a imporem regras básicas para o uso de gadgets tecnológicos. em boa hora este movimento se expande.