Alojamento turístico é negócio do momento

Lisboa está na moda e não é por acaso que foi considerada como o destino que apresenta a melhor relação qualidade-preço do Mundo, segundo o site TripAdvisor. Recentemente, foi ainda eleita a segunda melhor cidade da Europa para visitar pelo European Best Destinations 2013. E o Porto também já tinha sido escolhido como melhor destino…

com a descoberta deste destino pelos estrangeiros, também a forma de os receber tem vindo a alterar-se. além dos hotéis, outros tipos de alojamento têm sido procurados pelos preços acessíveis, como por exemplo os hostels. também os hotéis de charme são hipóteses cada vez mais consumadas, mas ainda existe o alojamento turístico. este último tem vindo a crescer nos últimos anos e a isso estão associados dois factores: o aumento da procura por parte dos turistas e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de negócio para quem tem edifícios ou apartamentos nos centros históricos das principais cidades.

10 mil euros em pouco mais de três meses

numa altura difícil no imobiliário, esta pode ser uma forma de contornar a crise. sofia dias, responsável de comunicação para portugal da homelidays – empresa internacional líder nos alojamentos turísticos –, revela ao sol as vantagens do ponto de vista do proprietário. «desde a possibilidade de arrendamento de imóveis para férias, por um curto período de tempo, ao facto desta se revelar uma óptima forma de obtenção de rendimento extra. este negócio pode render cerca de 10 mil euros em pouco mais de três meses», explica. a responsável assegura que os proprietários podem, por exemplo, financiar os empréstimos bancários da sua habitação principal, pagar despesas como condomínio, água, gás, electricidade, imi ou efectuar melhorias no alojamento, possibilitando posteriormente um aumento da renda.

«tendo em conta que o valor médio dos arrendamentos no portal homelidays é de 700 euros por semana, feitas as contas, durante os três meses de verão é possível acumular 8.400 euros», admite sofia dias. em relação à rentabilidade de uma casa para alojamento turístico, a gestora exemplifica com o caso de uma vivenda no estoril. a cinco minutos da praia, para seis pessoas, com 200 metros quadrados (m2), esplanada, jardim e estacionamento para três carros, pode custar desde 20 euros por pessoa, por noite.

franceses, ingleses e espanhóis em destaque

as cidades do porto e lisboa são as que reúnem maior oferta. em termos de regiões, o top 3 da procura é composto pelo algarve, lisboa e vale do tejo e alentejo. de acordo com o último balanço feito pela homelidays, existem regiões em pleno boom no que respeita à procura, como é o caso da região norte-douro, com um crescimento de 43%, e a região do alentejo, que conta com uma procura a rondar os 41%. a madeira também apresenta um forte crescimento na procura, com 44%.

sofia dias adianta ainda que, por norma, os turistas – principalmente franceses, ingleses e espanhóis – optam por escolher alojamentos espaçosos, com capacidade para seis a dez pessoas. dessa forma, conseguem ficar com a família ou um grupo de amigos, fazendo refeições em casa com produtos locais, permitindo assim reduzir as despesas. «a experiência local é um factor incontornável», salienta.

contudo, esta forma de alojamento que tem vindo a crescer em portugal não pode ser vista apenas como um el dorado para quem tem apartamentos em zonas turísticas ou para quem investe para esse efeito.

hélder pereira coelho, administrador do atelier architecture tote ser, que tem um departamento dedicado exclusivamente ao alojamento turístico, acumula já uma vasta experiência na área. avisa, porém, que as casas do centro de grandes cidades podem ser um bom negócio para alojamentos turísticos, desde que integradas numa estrutura e constituindo uma massa crítica suficiente para tornar o negócio rentável.

reabilitar para gerar negócio

hélder pereira coelho confirma que se tem verificado uma maior vontade em investir na reabilitação para este negócio. contudo, alerta que, isolada, uma habitação pode não gerar resultados suficientes para fazer face ao investimento. «este negócio passa a ser interessante quando integrado, ou seja fazendo parte de um processo completo que vai desde o investimento nos imóveis à sua rentabilização, passando por uma estrutura de boa gestão e manutenção», adianta.

bem estruturado desde a fase inicial (negociação e decisão da localização do imóvel, etc.), passando pela boa gestão e manutenção do mesmo, o negócio tem vantagens, como por exemplo um maior valor posterior do imóvel por se encontrar em bom estado de conservação. oferece também a possibilidade de o investidor, enquanto não estiver a utilizar o imóvel, entregá-lo à estrutura em que este está inserido e obter uma boa rentabilidade sem as normais preocupações de um proprietário.

há ainda vantagens na rentabilidade da exploração diária em comparação com a exploração mensal tradicional, e as boas remunerações de uma vida útil prolongada.

o responsável salienta ainda as actuais vantagens fiscais na tributação de imóveis reabilitados face aos prédios que se encontram devolutos. «bem como a flexibilização que existe neste tipo de reabilitação, que permite alterar a todo o momento o destino, de arrendamento turístico para arrendamento tradicional habitacional», conclui.

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