A propriedade intelectual

Esta semana continuamos na Escandinávia, desta vez em Estocolmo. A capital e grande centro económico da Suécia é conhecida também como Veneza do Norte pela sua beleza natural, as várias ilhas e o clima ameno comparativamente com outras cidades nórdicas.

dada a sua vertente cosmopolita encontramos por aqui uma diversidade interessante, quer ao nível dos restaurantes quer dos bares e clubes. dá gosto circular à noite sem sentir insegurança, com ruas limpas e pessoas alegres neste imaginário de adolescência em que as loiras altas pontificam a realidade. para além do evento anual de entrega do prémio nobel, existe uma panóplia de acontecimentos ligados ao entretenimento muito interessantes para quem vive ou visita. cidade muito visitada por estrelas do jet-set mundial que têm como ponto obrigatório o café opera. aberto desde 1980 com uma decoração que conjuga os candeeiros antigos com bares modernos, por aqui passaram mick jagger, madonna, david bowie, jennifer lopez, elton john ou o ‘nosso’ figo. máximo esplendor, opulência e luxo só ao alcance de alguns. o bergmans é outro clube vip, mas mais sofisticado. localizado no centro, junto ao conhecido royal dramatic theater, é escolhido sobretudo pelas celebridades suecas – é obrigatório ter o nome na guestlist. com um terraço requintado e um ambiente intimista, vai sentir que está numa festa no apartamento de um amigo… se conseguir passar da porta!

l get lucky (radio edit) – daft punk feat. pharrell williams

l sunny (original mix) – umami

a minha forma muito própria de ver a vida leva-me a denunciar algumas situações que acho menos justas e a enaltecer outras que, condenadas ao esquecimento, merecem o meu apoio. desde há muito que defendo que o mundo é dos criativos, dos irreverentes, dos que arriscam tudo pelas suas convicções. defendo também que a propriedade intelectual é um valor inestimável que não protegemos da melhor forma.bem sei que é mais difícil de definir (quer os seus parâmetros como os seus limites) que a propriedade física, coisa palpável e facilmente comprovável. ainda assim, acho que este é um passo enorme que temos ainda de dar. na restauração, mas sobretudo na noite, vejo sistematicamente cópias de conceitos que deram trabalho a desenvolver, que precisaram de tempo e dinheiro para serem implementados, que fizeram parte do risco que separa o sucesso do insucesso – e como bem sabemos a linha é ténue –, não é justo aparecerem depois uns ‘chico-espertos’ com nomes parecidos ou iguais, com as mesmas pinturas ou flyers, e com uma cara de pau tremenda a promoverem um evento autenticamente vilipendiado. mais grave que tudo isto são as discotecas que se associam, promovem e, por vezes, criam estas aberrações como se tivessem descoberto petróleo. já dizia a música que é por isso que existem os ‘leaders’ e os ‘follow the leaders’. ser original é estar na linha da frente!