a arquitectura é uma das profissões que mais tem sofrido com a falta de trabalho e quem não pretende sair do país tem de encontrar alternativas. foi o caso de mariana pedroso, arquitecta dispensada de um grande ateliê, que decidiu criar um projecto com alexandra moura, especialista em marketing e também dispensada, de um grupo editorial. uniram esforços, juntaram os subsídios e concorreram ao programa de apoio ao empreendedorismo e à criação do próprio emprego – paecpe, do instituto do emprego e formação empresarial. assim nasceu o architect your home, um projecto inovador em portugal na área da arquitectura e design de interiores.
para as duas empreendedoras a solução foi pensar no que falta no mercado e criar um negócio. «era uma aposta que valia a pena correr o risco», afirmam mariana e alexandra.
e afinal em que consiste este negócio? «quem necessita de um projecto, quer seja de construção nova ou uma remodelação, pode pedir a consulta de um arquitecto, mas só para partes do mesmo. o nosso trabalho não tem de ser na totalidade, mas só quando o cliente achar que necessita dos nossos serviços. se tiver de fazer uma remodelação, pode só necessitar de um arquitecto para uma planta com sugestões, só para uma especialidade, para uma divisão e também para a obra toda. o que importa realçar aqui é que o arquitecto só entra quando o cliente necessita dos nossos serviços», explicam.
keyzzy: um negócio para senhorios
apesar da sua juventude, joana seabra gomes já há alguns anos que tem de gerir património imobiliário, e como senhoria sentia que lhe faltava uma ferramenta que a ajudasse a gerir os seus arrendamentos. ao procurar uma solução que fizesse de forma automática as tarefas que se repetiam todos os meses e que consumiam um tempo longo e pouco produtivo, descobriu que não existia nada no mercado. foi assim que nasceu o conceito do keyzzy, o primeiro software de gestão online de arrendamentos.
joana tem consciência de que são muitos os proprietários que têm necessidade de arrendar as suas casas e «o keyzzy facilita todas as tarefas aos proprietários e gestores de arrendamento. é uma ferramenta preciosa para todos aqueles que pretendem entrar no mercado do arrendamento».
mesmo em tempos difíceis, a empresária reconhece que o feedback tem sido muito positivo e tem continuado a desenvolver o sistema, acrescentando novas funcionalidades.
skinenergy: uma pele para edifícios que gera energia
inovação e sustentabilidade estão na génese do negócio do jovem arquitecto, ricardo sousa. o projecto skinenergy surge de uma dualidade de critérios que se sobrepõem, estando de um lado uma forte preocupação ambiental e por outro uma falha de um tipo de produtos no mercado dos materiais de revestimento de edifícios e equipamentos, associados às energias renováveis.
o skinenergy consiste em criar um produto que se caracteriza como sendo uma ‘pele’ de revestimento de edifícios ou equipamentos que é ao mesmo tempo um elemento gerador de energia. «esta ideia começou a ser desenhada há cerca de ano e meio, e daí até hoje têm sido feitos desenvolvimentos para transformá-la num produto comercializável», refere o jovem empreendedor.
este sistema tem ainda a vantagem de poder ser aplicado em qualquer edifício, desde a construção de raiz até edifícios antigos. a reabilitação e regeneração urbana estão também na mira do skinenergy.
landcork: um módulo 100% sustentável
são jovens e o seu sonho de construírem e projectarem casas, edifícios ou equipamentos públicos não esmoreceu. forstudio architects é um ateliê de arquitectura fundado por fábio neves, ivone gonçalves, luís ricardo e ricardo paulino, que acreditam em projectos novos, na inovação e na sustentabilidade. isto apesar de cada um estar a viver numa parte diferente do globo.
o landcork é uma dessas ideias. «começou por ser uma proposta para um concurso para estruturas de apoio ao surf na costa alentejana. este trabalho levou-nos a perceber a importância da arquitectura nos espaços protegidos e, consequentemente, do mercado do ecoturismo em portugal e suas possibilidades. constatámos que não havia soluções que respondessem de forma eficaz às particularidades destes lugares», explicam os jovens arquitectos.
começaram a desenvolver o landcork para a associação almargem e ainda este ano começam a surgir os primeiros na via algarviana. em 2012 concorreram também ao prémio indústrias criativas, sendo o landcork um dos 10 finalistas.