Tudo a postos para o Primavera Sound, ‘um dos melhores festivais do mundo’

A segunda edição do Optimus Primavera Sound começa hoje no Porto e, no Parque da Cidade, já está tudo a postos para receber “um dos melhores festivais de música do mundo”, como caracterizaram quase todos os artistas que passaram, há uma semana, pelo Primavera Sound de Barcelona (que se realiza há 12 anos e que originou…

até sábado estão agendados mais de 50 concertos e, entre os mais aguardados, contam-se os nomes de nick cave and the bad seeds, james blake, blur e grizzly bear.

com uma previsão de mais de 20 mil espectadores por dia, josé barreiro, director do optimus primavera sound, diz que a procura de bilhetes pelo público nacional acentuou-se este ano, mas ainda não está nenhum dia esgotado. “enquanto que no ano passado tivemos 60% de público estrangeiro, este ano a venda em portugal subiu e deverá ser 50-50”, revela o responsável ao sol, avançando como possível justificação a presença dos blur. a última vez que o quarteto londrino tocou em portugal foi há dez anos e, deste então, o futuro da banda tem sido incerto, com muitos avanços e recuos sobre o seu fim. para josé barreiro, não há dúvidas que este “é o grande destaque desta edição”.

mas antes dos blur, na quinta-feira nick cave é o nome mais aguardado no palco principal. com ele traz os colaboradores habituais the bad seeds e o mais recente disco “push the sky away”. há uma semana, em barcelona, o músico australiano realizou um dos mais aplaudidos concertos do evento espanhol, mostrando que o seu lado irrequieto e endiabrado continua bem vivo.

james blake é outra das actuações mais esperadas, uma vez que o jovem londrino tem conquistado um público cada vez mais fiel em portugal. no início do ano, blake lançou “overgrown” e é este álbum que vai estar em destaque no concerto de quinta-feira, como aconteceu, aliás, no primavera sound de barcelona, com o produtor e compositor a mostrar uma confiança reforçada em comparação às duas passagens anteriores por portugal, em 2011.

no domínio mais indie, deerhunter (na quinta) e grizzly bear (na sexta) são outros dos concertos que mais expectativas reúnem, a par de vários estreantes obrigatórios, ou não fosse o primavera sound uma oportunidade para descobrir novas bandas que a organização acredita que vão “ditar o futuro” da música. assim, na sexta-feira, os canadianos metz e os franceses melody’s echo chamber são concertos a não perder, e no sábado, as britânicas savages, que lançaram recentemente o muito recomendável disco de estreia silence yourself, exibem a sua música animalesca pós-punk, tentando superar as dificuldades técnicas que a guitarrista enfrentou em barcelona e que acabou, inevitavelmente, por prejudicar a actuação. frustadas com o percalço, a vocalista jehnny beth apelou aos presentes em barcelona a marcarem presença no porto, onde prometeu uma entrega ainda maior.

outra da particularidade do optimus primavera sound é a aposta forte no talento nacional, com the glockenwise, paus, memória de peixe e, os recentemente adicionados, os veteranos mão morta a reunir atenções. este contraste entre artistas experientes e novatos é, igualmente, uma das características mais vincadas no código genético do primavera sound. “apesar de privilegiarmos o futuro, fazemos questão de ter banda que marcaram o passado, mas ainda ditam o que se faz no presente”, sublinha josé barreiro, garantido que o festival veio para ficar no porto.

alexandra.ho@sol.pt