estando ele a viver em maputo, liguei-lhe no sábado de manhã a dizer que amanhã, dia 1 de junho, estaria a caminho da capital moçambicana. doze horas depois, já com o meu telefone moçambicano, mandei-lhe uma mensagem semelhante à que lhe tinha enviado de manhã, ainda em lisboa.
sem saber quem lhe tinha enviado a mensagem do telefone moçambicano, e como é meio artista, começou a dizer que a festa era no venue, na av. 24 de julho, uma das principais artérias de maputo. qual não foi o seu espanto quando me viu entrar a rir. já não nos víamos há uns meses e prometemos logo matar saudades à séria. depois de um excelente jantar e de uma valente batucada de jair, que também estava por lá, arrancámos para o coconuts.
a casa estava cheia e, por isso, faltava-nos espaço. depois de metermos a conversa em dia e como temos a mania de acabar a noite num ambiente mais familiar, arrancámos para uma chafarica na feira popular que dá pelo nome de 21. lá como no coconuts, alguns portugueses misturam-se com miúdas duvidosas que procuram a todo o custo encontrar mais uma vítima. rimo-nos do filme e constatámos que os expatriados se dão sobretudo entre si. os turistas ocasionais é que mais caem nas armadilhas.
entretanto, apareceu outra vez o percussionista jair e lá foi o homem da linha da frente para o comando dos pratos. todo confiançudo, até parecia um verdadeiro dj. no batuque jair continuava a entender-se às mil maravilhas com o zé paulo. recordaram músicas antigas e por aquelas bandas ninguém parecia estar com sono.
encontrar amigos a milhares de quilómetros de distância tem um sabor especial. numa noite revivem-se muitas outras. apesar do tempo voar, consegue-se falar de muita coisa. entretanto, chegaram outros conhecidos menos dados a estas andanças da noite e o fascínio que demonstravam pelo momento fez-nos rir ainda mais. maputo é uma cidade, apesar de tudo, bastante tranquila e quem não se quiser meter em confusões não tem qualquer problema. cansado da viagem e da noite, retirei-me em boa ordem. não estava ainda na linha da frente!
vitor.rainho@sol.pt
