o psd levantou a hipótese de a assembleia da república fechar durante a campanha para as autárquicas (que poderão ocorrer a 22 de setembro), na última reunião da conferência de líderes – que reúne todos os líderes parlamentares, a presidente do parlamento e a secretária de estado dos assuntos parlamentares.
os representantes dos vários partidos debateram a questão, mas não tomaram qualquer decisão – que foi adiada para o momento em que for marcada a data das eleições.
ao sol, porém, o coordenador do be, joão semedo, foi veemente ao defender que «não há nenhuma razão para que o parlamento não reabra a 15 de setembro». a título pessoal, o bloquista considera que o que está na base da intenção do psd em fechar o parlamento é «exactamente o mesmo que leva a maioria a querer as eleições autárquicas tão cedo: evitar o debate político natural em democracia porque acha que esse debate não é vantajoso em altura de campanha eleitoral».
nas duas últimas eleições autárquicas (2005 e 2009), o parlamento não fechou. antes disso, o encerramento era a norma. o vice-presidente da bancada do psd, luís menezes, diz ao sol que a razão é outra: «os partidos usam estes momentos de campanha eleitoral para dar visibilidade aos seus candidatos que são deputados».
o cds concorda com o fecho da assembleia se as eleições forem a 22, uma vez que isso implica o adiamento da abertura do parlamento apenas uma semana.
25 deputados são candidatos
o líder parlamentar do ps, carlos zorrinho, por seu lado, considera que o assunto tem de ser «ponderado». «à partida, não me parece uma grande ideia», diz ao sol.
bernardino soares, pelo pcp, garante que o seu partido «ainda não ponderou essa questão», uma vez que «nem estão marcadas as eleições». bernardino soares é, aliás, o único líder parlamentar que é também candidato autárquico. neste caso, concorre à presidência da câmara de loures, município onde o pcp é o segundo partido mais votado.
este ano, há muitos deputados que são candidatos nas autárquicas: até ao momento, são conhecidos 25.
as eleições locais – cuja data é marcada pelo governo, ao contrário dos restantes actos eleitorais, que são marcados pelo presidente da república – podem ocorrer, por lei, entre 22 de setembro e 13 de outubro.