na altura, muito se escreveu sobre a eficácia da campanha. num mundo global, seria normal que a mesma tivesse tido algum impacto. não sei o resultado final e tenho algumas dúvidas se o dinheiro gasto foi recuperado. uma grande ideia pode valer milhões se a mesma atingir o público alvo. noutras áreas gastam-se milhões para desacreditar a empresa y ou o governante x. quem não se recorda das guerras das farmacêuticas que tinham como objectivo demitir uma ministra mal amada?
vem esta conversa a propósito de duas revelações relacionadas com a saúde e que atingiram, seguramente, um alcance a nível mundial. quando angelina jolie confessou que tinha tirado as duas mamas para evitar contrair cancro, já que na sua família a mãe e outras familiares morreram desse mal, a notícia espalhou-se pelo mundo inteiro. estava assim lançado o tema do problema do cancro da mama que tantos milhões de vítimas faz por ano. se é certo que a coragem da actriz americana despertou o mundo para o problema, também não é mentira que pode ter provocado alguma confusão e alarmismo. com a revelação de jolie é preciso aproveitar a ‘boleia’ e esclarecer devidamente as potenciais vítimas. sendo certo que a mastectomia é vantajosa para alguns casos, não será, certamente, a melhor opção para a maioria das mulheres, segundo o que tenho lido de especialistas.
a outra ‘campanha’ que apanhou o mundo desprevenido foi a confissão de michael douglas de que o cancro de que foi vítima foi provocado pelo sexo oral. os governos todos do planeta podiam ter gasto milhões a alertar para o perigo de se praticar sexo sem as devidas defesas que não teriam a mesma eficácia. um dos símbolos de hollywood confessar candidamente que esteve quase a morrer por sempre ter acreditado na sorte, funcionou como um terramoto. quem é que hoje não fala, dentro da comunidade mais libertina, digamos assim, dos perigos de fazer sexo oral sem as devidas defesas? angelina jolie e michael douglas foram, sem dúvida, os protagonistas do grande filme chamado vida. agora é tempo de aproveitar o ‘escândalo’ e jogar em campanhas de divulgação. a saúde é um filme muito dispendioso. em todos os sentidos.
vitor.rainho@sol.pt
