assim, o efeito-governo representará cerca de 7 pontos de quebra eleitoral nas grandes áreas metropolitanas, enquanto que nas zonas mais rurais será mais atenuado, representando “no máximo 3%”, segundo confirmou ao sol o secretário-geral do psd, josé matos rosa. estes valores tinham sido, aliás, revelados a um conjunto de candidatos autárquicos há três semanas, numa acção de formação que a direcção promoveu no instituto francisco sá carneiro, em lisboa.
na altura, matos rosa explicou que estes eleitores assumiam já que não votariam no candidato do psd, não por causa de motivações locais, mas simplesmente pelo facto de pertencer ao partido que estava no governo. segundo matos rosa, esta fatia de contestatários poderia, ainda assim, ser “esbatida” com o decorrer da campanha eleitoral.
certo é que os dados da primeira sondagem publicada em dez autarquias não foram animadores. no barómetro jn/eurosondagem, fernando seara estava com 30% em lisboa, luís filipe menezes com 33% no porto. o psd podia ganhar braga, mas perdia gaia, e arriscava perder vila real.
o efeito das políticas governamentais nas sucessivas eleições autárquicas está estudado pelos especialistas. pedro magalhães, investigador do instituto de ciências sociais da universidade de lisboa, publicou há dias no seu blogue um resumo do comportamento do eleitorado nas dez eleições autárquicas mais recentes. “o desfecho mais frequente é que os partidos de governo sofram perdas nas autárquicas (-4.5 pontos, em média)”, descreve, salientando que, em 1989 e 1993, com cavaco silva, o psd teve perdas “catastróficas” acima de 16 pontos.
empréstimo de 5 milhões
a máquina do psd está a acelerar na pré-campanha autárquica. o partido já contraiu um empréstimo de 5 milhões de euros para distribuir pelas candidaturas – um valor mesmo assim abaixo do gasto nas últimas eleições. e contratou a consultora pricewaterhousecoopers para auditar as contas.
nos últimos dias, o próprio primeiro-ministro e líder do psd entrou na pré-campanha. há duas semanas, no fim-de-semana, esteve na apresentação conjunta de todos os candidatos do distrito de vila real e quarta-feira passada na amadora, garantindo não ter “medo” dos resultados.
o próprio ministro-adjunto, miguel poiares maduro, apareceu ao lado do candidato do psd em matosinhos, a primeira de uma série de deslocações semelhantes que irá fazer nos próximos dias. mais solicitado tem sido marcelo rebelo de sousa, que já revelou na tvi que não vai conseguir ir a todos os municípios de onde lhe têm sido endereçados convites.