Aproveitar as oportunidades

O fenómeno da noite acompanha naturalmente as tendências e deveria também concentrar mais atenção naquilo que são as necessidades de cada cidade e nas taxas de ocupação existentes, principalmente em tempos difíceis como os que estamos a viver.

fazer um paralelismo entre portugal e moçambique em alturas diametralmente opostas do seu crescimento económico e conjuntura social é um exercício interessante que pode inclusive abrir portas a alguns empresários e servir de impulso a investimentos que podem a curto/médio prazo significar altas taxas de rentabilidade e um futuro mais risonho.

em portugal existe know-how para fazer bem feito, temos diversos exemplos disso. não é à toa que somos considerados um dos grandes pontos turísticos da europa e a nossa diversão nocturna uma das mais atractivas.

temos serviço de qualidade, empregados com experiência, excelentes cocktail barmen, fantásticos criativos com conceitos modernos, espaços de excelência, diversidade, djs considerados. por outro lado, há uma quebra acentuada no consumo, demasiada oferta para a procura em todas as áreas, festas a mais, pessoas a menos, promotores que às vezes são em maior número do que os próprios clientes.

em moçambique, pelo contrário, vive-se um crescendo de party people, há cada vez mais pessoas na noite, dinheiro a circular e preços elevados, o que permite conceitos estruturados e investimento calculado. o público quer mais: mais diversidade, mais qualidade, mais conceito, mais oferta. se não existem mais pessoas na noite é porque uma qualquer festa privada é mais apelativa que os espaços existentes. falta serviço, não abundam bons dj, persistem conceitos arcaicos e pouco apelativos, o serviço é altamente amador, continuam por explorar praias que um dia serão paraísos de resorts e grandes cadeias hoteleiras e de restauração não têm um único sítio onde os turistas possam gastar o seu dinheiro.

é estranho ver certos empresários continuar a lutar barbaramente por tostões quando com o mesmo investimento podem ter um retorno de milhares com um ciclo de vida mais extenso e duradouro. não defendo que todos saiam do país, que arrisquem, que explorem e abandonem tudo. mas é importante que alguns o façam: para quem recebe, porque aumenta a qualidade e o profissionalismo; para quem vai porque tem mais hipóteses de sucesso.

na noite como no dia nós que sempre fomos à descoberta do mundo temos de arranjar soluções para numa altura como esta preenchermos as nossas ambições profissionais e desejos. tantos professores no desemprego em portugal e tantos professores de português são necessários em moçambique.

a vida é feita de desequilíbrios, somos nós que temos de ter estrutura mental para encontrar os mesmos naquilo que sabemos fazer bem feito. chama se aproveitar as oportunidades. numa altura em que somos postos à prova da forma mais difícil, quem aproveita as suas oportunidades e capacidades – seja em portugal, seja lá fora – estará na linha da frente!

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