do auditório municipal passou para o teatro municipal, uma transição prometida há anos e que, em termos práticos, significou um acréscimo de 50% de espectadores. «isso levou a uma alteração na programação. ter uma sala com mais de 500 lugares não é o mesmo que ter uma com 300. e temos ainda uma segunda sala com 120 lugares, o que é óptimo. na sala grande podemos ter uma programação mais do agrado geral e na mais pequena temos espaço para fazer coisas mais radicais. este é um equilíbrio que não tínhamos antes», sustenta miguel dias, director do curtas no balanço que faz à já longa história do festival.
outro dos saltos qualitativos deu-se no ano passado com a comemoração do 20.º aniversário – e todo o burburinho mediático à volta desse número redondo – e com as produções resultantes do projecto estaleiro, que envolveu a realização de curtas metragens na ‘área de influência’ de vila do conde e apoiadas financeiramente pelo festival. «algumas delas extravasaram as nossas expectativas iniciais. como é o caso do filme do joão canijo é o amor. começou por ser uma curta-metragem e acabou por se transformar numa longa, distribuída em sala e com um lançamento bastante curioso em termos mediáticos», refere.
dos quatro filmes apresentados, em estreia absoluta, nesta edição de 2013, também a mãe e o mar de gonçalo tocha acabou por se transformar numa longa-metragem. as outras três produções apesar de serem de ficção, partem de realidades regionais. «quase todos os filmes que produzimos são num registo documental, talvez pelas questões de orçamento. a ficção implica custos maiores».
quando em 1993 surgiu a primeira edição do festival, foram recebidos cerca de 300 trabalhos cinematográficos para competição. hoje em dia, os números chegam aos 3.000, ainda que não haja qualquer intenção por parte da organização de «bater recordes». nem lhes convém em termos logísticos. «as comissões de selecção já são muito alargadas e diferentes, em todos os concursos, para que todos os filmes sejam visionados de forma conveniente e com cuidado. o que procuramos é obter os filmes que queremos. para isso andamos à procura deles, porque no dia em que nos sentarmos no escritório à espera que eles nos cheguem, acabou», argumenta miguel dias.
ainda que 2012 tenha sido um ano sem apoios do instituto do cinema e do audiovisual (ica), a organização tentou que isso não se reflectisse na qualidade da selecção deste ano. de grande ajuda foram as produções do estaleiro e os projectos resultantes da área do cinema e audiovisual de guimarães capital da cultura 2012, que conseguiram manter um equilíbrio na balança de produção nacional.
«vamos ver o que acontece este ano e se aguentamos o mesmo embalo. as dificuldades e cortes acabaram por afectar outras questões e não a qualidade da programação. este ano está a ser bastante complicado. muitos anos seguidos assim, não sei o que vai acontecer. vamos ver», conclui miguel dias. o curtas arranca hoje e termina a 14 de julho. programação em www. festival.curtas.pt