Pagar ou não pagar

Pagar à porta de uma discoteca ou bar, incluir consumo ou não, simplesmente não pedir qualquer pagamento. essa é uma discussão que existe um pouco por toda a parte. Um pouco como no futebol, todos têm a sua opinião, normalmente tendenciosa conforme mais lhes convém em determinado momento. A própria selecção que é feita à…

acho que qualquer uma das opções pode em determinado espaço ou evento ser correcta desde que seja tomada de uma forma coerente. temos vários exemplos disso mesmo.

na minha opinião é absolutamente justo que, quando se contrata um artista de fora, um espectáculo diferente ou se faz uma produção onerosa, se cobre bilhete sem consumo. afinal de contas, o bilhete de cinema não inclui as pipocas, a ópera nao inclui o lenço, o teatro não oferece qualquer bebida (salvo alguma promoção). quando se vai assistir a algo diferente, esse custo tem de ser diluído pelas pessoas que têm o privilégio de o ‘viver’.

quando se trata de uma simples noite numa qualquer discoteca ou clube defendo que se pague um consumo mínimo obrigatório. não concordo que alguém tenha o direito de ir só para passear, para ver ou dançar sem nada contribuir para os elevados custos que estão implícitos, a saber para os mais desatentos: rendas elevadíssimas, custos com staff, investimento em decoração, mobiliário, som, iluminação e muitos outros. seja um valor razoável para quem preenche os requisitos da casa e que inclua bebidas, valor esse que vai aumentando conforme o perfil se vai afastando do pretendido.

em relação aos bares e restaurantes não acho que faça qualquer sentido pagar para entrar (sim, agora está na moda consumo mínimo em alguns). se eu vou jantar quero poder escolher livremente e não estar sujeito a um valor que à partida vou ter de gastar. esse valor tanto pode exceder o que pretendo como me pode induzir a escolher o mais caro apenas para consumir tudo aquilo a que tenho direito. num bar também não me parece justo ter de pagar à partida, uma vez que se vou ao bar é para beber qualquer coisa, sendo um contra-senso ter de pagar na porta antes de ser servido.

existem obviamente excepções, as guest lists para algum convidado especial ou para pessoas realmente importantes para um espaço, como os chamados ‘clientes da casa’.

sou daqueles que não têm qualquer preconceito em pagar para entrar num sítio, não me sinto humilhado nem maltratado. aquilo de que não gosto verdadeiramente é de esperar uma hora numa fila só porque a desorganização é evidente. afinal de contas saí para estar lá dentro e não lá fora. e quando não tenho dinheiro não saio, não vou ao cinema nem vou jantar fora. quando não se paga por um serviço alguma coisa acabará por correr mal. l