aos 51 anos, o vocalista dos depeche mode está em excelente forma e continua a mostrar uma vitalidade muito própria em cima do palco. irrequieto, dançante, sensual, é ele que concentra todas as atenções de uma plateia nem sempre atenta ao que se passa em palco, mas que, apesar da dispersão entre telemóveis, conversas com amigos e pedidos de cerveja aos vendedores ambulantes da heineken, reage imediatamente quando gahan as chama a si. e nem precisa usar palavras. durante as quase duas horas de concerto, o vocalista raramente se dirigiu ao público, mas a sua comunicação corporal agitou, várias vezes, a vasta plateia que se concentrou junto ao palco principal.
como tem feito em toda a digressão, a banda inglesa abriu o alinhamento com dois temas do novo disco, “delta machine”. depois de ‘welcome to my world’ ouviu-se ‘angel’ e, daí para a frente, partiu-se à exploração de um repertório com mais de 30 anos. os momentos altos da noite foram, inevitavelmente, quando o grupo visitou ‘enjoy the silence’, ‘personal jesus’, ‘walking in my shoes’ e ‘just can’t get enough’ e a euforia instalou-se, com a plateia a entoar em uníssono todos os êxitos.
antes dos depeche mode, o palco principal pertenceu à também banda inglesa editors, que apostou num alinhamento que junta temas conhecidos – como ‘the racing rats’ e ‘an end has a start’ – com canções do novo álbum, “the weight of your love”. apesar de terem um número considerável de fãs por cá, a actuação foi muito pouco entusiasmante e grande parte da multidão preferiu ir espreitar os portugueses capitão fausto, no palco heineken. e, de certo, ninguém se arrependeu.
os cinco jovens de lisboa, que se preparam para lançar o segundo disco de originais em setembro, mostraram, mais uma vez, por que são considerados uma das mais interessantes promessas da música portuguesa. consistentes, com um rock sólido de guitarras vivas e bem audíveis, a banda liderada por tomás wallenstein revelou uma energia e à-vontade em palco que cativou os festivaleiros.
antes dos capitão fausto, a tenda do palco heineken recebeu os norte-americanos rhye, outra das actuações mais aplaudidas do segundo dia de optimus alive. apesar da sua música melancólica e introspectiva parecer deslocada num ambiente de festival, a formação conseguiu prender a grande maioria dos que se deslocaram àquele espaço com a beleza das suas canções. “é a maior plateia para a qual já tocámos”, confessou o vocalista mike milosh, revelando que a banda veio “com uma semana de antecedência” para portugal, porque o nosso “país é lindo”.