Álvaro ainda quer ir à Madeira

Ninguém, nem o próprio, sabe se Álvaro Santos Pereira fica ou não no Governo. Mas o ministro da Economia mantém intacta a sua agenda de deslocações, ignorando a crise política à sua volta.

a próxima deslocação, depois da ida a angola da semana passada, está marcada para a madeira. será na ressaca da festa anual do psd no chão da lagoa, a 28 de julho. a deslocação à região está acertada desde maio, altura em que o ministro esteve no arquipélago. para já, na madeira, a visita é dada como certa. e os preparativos estão em marcha.

nas quase três semanas de crise política, santos pereira tem resistido a falar sobre a sua situação dentro do governo. sabendo das notícias da sua pretensa substituição por pires de lima, do cds, deixou apenas escapar aos jornalistas que haveria “tempo” para falar desse assunto, depois da tempestade passar. isso, porém, foi antes do discurso do presidente da república, que suspendeu a remodelação.

mas na horta seca não houve ordem para arrumar papéis. com a natural tensão provocada pelas notícias, álvaro santos pereira teve várias conversas com os seus secretários de estado e membros do gabinete, denotando irritação com o que entende ter sido um ‘golpe palaciano’ de portas para o tirar da economia. mas nem por isso deixou de manter o silêncio, nem tão pouco colocou em causa a sua boa relação com adolfo mesquita nunes, secretário de estado do turismo indicado pelo cds.

álvaro e a independência

para a deslocação de três dias, o governante conta levar na comitiva todos os cinco secretários de estado para discutir temas como o emprego, a construção civil e obras públicas, a energia, o turismo e os fundos comunitários.

antes de ser ministro, em 2007, santos pereira escreveu o livro os mitos da economia portuguesa. onde perguntou: “a independência da madeira é viável e benéfica para o país?”. e “a resposta é claramente positiva: se a madeira quiser, um dia poderá tornar-se independente. afinal, se malta, chipre, e até timor-leste conseguem ser independentes, porque é que os madeirenses não poderão sonhar com uma autonomia total de portugal?”. e concluiu que “uma desunião não traria vantagens para nenhum dos lados”.

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