chegado ao espaço (já bem composto por sinal), percebi que o trabalho a que me propunha não seria tarefa fácil e, a cada música que o residente passava, mais dúvidas se abatiam sobre mim, a que se juntavam questões permanentes dos corajosos que me acompanhavam (’e agora o que vais fazer?’ ou ‘depois disto, ainda há espaço para mudares o estilo?’).
subi ao palanque e vi muitas caras conhecidas à minha frente, que fizeram questão de me cumprimentar e apoiar mal me viram na cabina. o momento era meu e tinha de ser eu próprio a escrever a história do que se passaria depois. com o casaco do meu herói de banda desenhada preferido (corto maltese ) percorri um caminho de sonoridades bem vasto, desde o funk ao house, do deep ao tech, e agradei surpreendentemente a alguns que não estavam à espera de ouvir tais iguarias.
não agradei a todos, sabia disso à partida, mas saí feliz, dando o meu objectivo como concretizado, sempre fiel aos meus princípios e convicções!
percebi nessa noite que continua a existir um fenómeno instaurado na sociedade: a ida à casa de banho das senhoras em duplas. não apenas à casa de banho, mas chegando ao ponto de entrarem duas a duas nos exíguos cubículos divididos. nunca percebi tal peregrinação, penso mesmo que não é para eu perceber. vejo, no entanto, o mesmo fenómeno a ser altamente recriminado quando a casa de banho é masculina. sem querer estar a discutir os propósitos ou intenções e se as mesmas são válidas ou não, diria que se trata de uma questão de discriminação positiva!
sugestões
l paper aeroplane ( original mix ) – francesco rossi
l milkshake ( original mix ) – sebb aston