erudição e assertividade, num registo coloquial e diarístico: eis a fórmula do sucesso deste filósofo suíço (radicado em inglaterra, n. 1969) a pôr-nos a pensar de modo original sobre questões do quotidiano. desta vez, botton sugere uma visita à história da arquitectura e do design, conduzida pela convicção profunda de que, como as pessoas e as suas cabeças, as formas possuem temperamento e personalidade. mais: elas reflectem os valores das pessoas e o equilíbrio ou caos estético, funcional ou ético existente dentro das suas cabeças. espelho da psicologia do tempo e do homem, a arquitectura traduz também um nível profundo de procura de identificação do homem com os locais que habita e os objectos que cria e utiliza.
botton defende que os edifícios “falam de democracia ou de aristocracia, de simplicidade ou de arrogância, de bom acolhimento ou de ameaça, de uma simpatia pelo futuro ou de uma nostalgia do passado”. a arquitectura possui um discurso eloquente, o que nos permite relacionar meios e formas com emoções e ideias. botton fá-lo nestas páginas, com recurso a múltiplos exemplos, ilustrações e citações e discorrendo sobre a relação da arquitectura com religião, gosto, eficiência, tecnologia ou idealização e, sobretudo, com a incessante busca humana da felicidade.