Imobiliário: Quebra no valor das transacções vai continuar

A difícil situação económica em que o país está ‘mergulhado’ é o principal obstáculo para o funcionamento do mercado imobiliário e consequentemente para a actividade da mediação.

no mês de junho – seguindo a tendência de meses anteriores registada no inquérito mensal de conjuntura (imc), da apemip – associação dos profissionais e empresas de mediação imobiliária de portugal –, mais uma vez os mediadores inquiridos destacaram os problemas da esfera económica como principais obstáculos ao desenvolvimento da actividade de mediação imobiliária.

de facto salientaram-se, entre os demais obstáculos, a restritividade bancária (85,5%), a diminuição do poder de compra (81,8%), a instabilidade no mercado de trabalho (78,2%), o desinvestimento económico (58,2%) e a mediação ilegal (54,5%).

estas variáveis continuam mensalmente a desacelerar o comportamento do mercado imobiliário.

ligeira confiança no mês de junho

e se estas são as grandes dificuldades para o crescimento e para uma performance positiva do mercado imobiliário, o futuro não é ainda muito animador, apesar de se registar uma ligeira melhoria na confiança por parte dos mediadores no mês de junho.

segundo o inquérito para os próximos três meses, as expectativas para a evolução da actividade imobiliária traduzem-se, à semelhança de meses anteriores, por um comportamento pouco optimista. no entanto, notou-se uma ligeira melhoria face ao mês anterior.

cerca de 41,8% dos inquiridos perspectivaram um crescimento negativo da actividade e 23,6% mantêm-se expectáveis perante a futura evolução da actividade.

no mês em análise, em relação às expectativas de evolução do valor das transacções imobiliárias nos diferentes segmentos, a generalidade dos inquiridos prevê, a médio prazo, uma quebra dos valores praticados. sendo esse ajustamento menos positivo, ou seja mais acentuado, em alguns segmentos.

em junho, 60% dos inquiridos indicam uma queda de valores, sendo que os segmentos onde devem ser mais atingidos pelas quebras estão os escritórios (64,5%), a indústria (63,2%) e o comércio (61,8%).

contudo 7,4% dos inquiridos referiram que perspectivam um aumento dos valores de mercado praticados no segmento residencial, 3,8% têm boas expectativas para os terrenos rústicos, 3,2% para os escritórios e 2,7% para os terrenos urbanos.

tem também relevância a expectativa de alguns mediadores de que os valores praticados se deverão manter nos próximos três meses, principalmente nos segmentos residencial, de terrenos rústicos e de comércio.

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