o mercado antecipa que o terreno de batalha no sector das telecomunicações português seja agora a oferta integrada de pacotes de telecomunicações. um estudo recente do bpi indica que a ‘onda’ de ofertas combinadas atingiria o pico depois da fusão. os próximos tempos serão marcados por “um forte ambiente de concorrência promovido pela convergência”.
mas a fusão tem também implicações no mercado angolano. numa entrevista a publicar na íntegra na próxima edição da tabu, mira amaral, presidente do banco angolano bic, admite que a empresária angolana isabel dos santos, que reparte com a sonae o controlo da zon optimus, pode ambicionar mais sinergias em angola, nomeadamente com “uma oferta de telecomunicações para as empresas portuguesas que também estão no país”.
internacionalização à vista
após a aprovação da fusão, isabel dos santos frisou que esta teria reflexos também fora de portugal. segundo fonte próxima da empresária angolana, “a robustez da nova empresa e a visão multimercados dos seus accionistas proporcionam a execução de uma estratégia aberta a outras geografias”.
segundo a mesma fonte, a zon optimus “vai ter um papel dinamizador do reposicionamento dos actores da indústria de telecomunicações em portugal”, mas pode também haver investimentos “em novos produtos com mais inovação e qualidade” e em “novos mercados”.
com a fusão, “fica aberto o caminho para a criação de uma empresa muito mais robusta do que aquelas que lhe dão origem e que reúne condições para competir com mais vigor e qualidade no difícil mercado português”.
isabel dos santos controlava 28,8% da zon através da kento e da jadeium. por seu lado, a soneacom, de paulo azevedo, controlava 100% da optimus. cada uma das partes tem agora metade da zopt, uma empresa que controla 50,1% da zon optimus. estima-se que as receitas agregadas das duas empresas rondem os 1.600 milhões de euros.
a zon e a optimus vão agora avançar com a integração operacional. “vamos aprofundar as experiências bem sucedidas já em curso noutros países, convocando a nova empresa para operar simultaneamente em mercados com características complementares”, sublinha a mesma fonte.
a fusão que agora foi aprovada é fruto de negociações informais iniciadas em 2007. isabel dos santos entrou no capital da operadora portuguesa em 2009 e um ano depois foi lançada a zap em angola.
o processo de fusão entrou na autoridade da concorrência a 1 de fevereiro deste ano, mas a entidade reguladora só se pronunciou seis meses depois, após ter ouvido todas as partes interessadas. dentro de um mês terá lugar uma assembleia-geral para escolher os novos órgãos sociais da empresa.
*com joão madeira