Turistas

Portugal está na moda e é preciso aproveitar a onda. OBairro Alto, em Lisboa, e a Rua Galeria de Paris, no Porto, são dois bons exemplos.

mas para que se aproveite este ‘amor’ dos estrangeiros pelo país e não se desperdice esta oportunidade que pode ajudar à saída da crise, é preciso criar regras. o interesse, leia-se descanso, dos moradores destas zonas deve ser preservado, mas se não existirem zonas onde a animação possa ir pelo menos até às quatro da manhã, o filão pode evaporar-se. é que as hordas de turistas jovens que procuram portugal querem animação e não estão muito viradas para se deitarem cedo.

além dos horários, há outros aspectos nefastos que já vêm de longe e que não há forma de serem resolvidos. qual a razão para não se criar uma polícia vocacionada para a noite e que atenda as queixas desses mesmos turistas, além dos portugueses? não percebo e duvido que alguém o entenda. existem ainda muitos preconceitos que não fazem qualquer sentido. se um acontecimento se realizar durante o dia, a polícia aparece em grande número, mas se o mesmo ocorrer à noite os agentes destacados serão metade dos de dia. um negócio diurno é tão honesto como um nocturno, mas todos sabemos que nos bares e nas discotecas não se bebe leite. logo, é natural que ocorram mais excessos. e para que não aconteçam ‘filmes’ que possam manchar o nome do país é preciso evitá-los.

no bairro alto ou no lux, em lisboa, é normal ouvirem-se línguas tão complexas como o holandês ou o alemão. o inglês, francês, espanhol ou italiano ainda são mais corriqueiros, mas não deixa de ser curioso que alguns espaços, fora dessa órbita, ainda recebam quase à pedrada tais clientes. há um ‘parolismo’ ditado por algumas personagens que não deviam sair dos ginásios onde exercitam a sua inteligência.

os estrangeiros dão outro colorido ao país e são eles que vão espalhar a boa nova se forem bem tratados. numa época de depressão colectiva é bom saber que a crise está a contribuir, de certa forma, para trazer mais estrangeiros para portugal. ou porque acreditam que tudo é muito barato ou porque ouviram de algum amigo a excelência do encanto português, caso não tenham tido as tais experiências infelizes… a indústria da noite, onde se incluem restaurantes, pode mesmo dar uma boa ajuda. haja alegria!

vitor.rainho@sol.pt