em 2003, o então governo psd-cds apoiou a guerra do iraque, acreditando que havia provas de armas de destruição massiva. mais tarde, descobriu-se que, afinal, as provas não provavam nada. agora, perante as suspeitas de que a síria detém (e usou) armas de destruição química, repete-se o filme. mas, para o psd, não pode haver repetições.
“o iraque mudou o nível e o patamar de provas que todos os estados precisam para apoiar uma acção militar. tudo tem de ser verificado”, afirma ao sol a deputada mónica ferro, responsável pela área dos negócios estrangeiros.
na realidade, o ministro dos negócios estrangeiros tem feito depender a acção de portugal do relatório dos inspectores da onu ao alegado arsenal de armas químicas do regime de bashar al-assad, que deverá ser conhecido na próxima segunda-feira. machete, aliás, irá terça-feira ao parlamento, por iniciativa própria, explicar a posição portuguesa.
o deputado antónio rodrigues lembra os exemplos do iraque, da líbia e até da tunísia, em que não houve nenhuma “solução política pacífica e estável”. os países estão “cautelosos” quanto a uma guerra, pela qual “terão que pagar um preço”.
esta semana, o ministério dos negócios estrangeiros fez um comunicado para apoiar a proposta russa de colocar as armas químicas detidas por damasco sob supervisão internacional, em que critica de forma aberta “a inacção do conselho de segurança nos últimos dois anos”. o que, sustenta, “levou ao exacerbar de um conflito que causou uma tragédia humanitária das maiores proporções” na síria.