os líderes do psd e cds estiveram hoje juntos pela primeira vez numa ação de campanha eleitoral. quase só falaram de sintra, nem uma resposta as perguntas dos jornalistas sobre as recentes declarações de passos sobre os efeitos da crise política provocada por portas nos juros da dívida.
o presidente do psd começou por fazer uma pequena arruada no centro de mem martins. com pedro pinto pelo braço, ainda se esforçou por falar com os poucos transeuntes, mas o entusiasmo foi nulo. à janela, poucas pessoas retribuíam o seu aceno e em poucos metros tropeçou várias vezes nos cortes das reformas. ouviu mesmo insultos. ” não tem vergonha de vir para aqui”, “ponha-se daqui para fora”, “anda a roubar os reformados”, gritavam alguns idosos, à passagem de passos, junto ao edifício dos bombeiros.
o primeiro-ministro ignorou. instantes antes tinha conversado com uma mulher que o espreitava da janela do rés do chão, e o tema não podia deixar de ser o mesmo, as reformas. “isto é uma vergonha”, queixava-se. passos retorquia que as reformas abaixo dos 600 euros não tinham sido cortadas. “mas está tudo mais caro”, insistia a moradora. “os remédios estão mais baratos”, respondia passos, sem desistir. “pois, mas só voto à esquerda, direita, para mim, nada”, respondia a freguesa de sintra a tentar rematar a conversa.
paulo portas apareceu à hora marcada no sítio do comício, o pavilhão dos bombeiros. no discurso, falou várias vezes na ad, mas era sempre a aliança de sintra. pediu “energia, humildade” aos candidatos e que “aceitem as críticas” e proponham “soluções”.
passos, que foi o único dos dois líderes a cantar o refrão do hino ‘sintra pode mais’, elogiou pedro pinto e queixou-se da lei da cne.
o encontro entre passos e portas demorou pouco mais de meia hora. “o portas saiu, nem deu uma moeda aos bombeiros. o passos ainda deixou ali cinco euros”, comentava um residente, no final do breve comício.