“a parpública confirma que as partes chegaram a acordo para denunciar o contrato, estando o processo a decorrer”, afirmou fonte oficial da empresa esta semana ao sol.
o contrato foi assinado, pela primeira vez, em fevereiro de 2012 e tinha sido renovado este ano. o acordo foi feito entre a parpública e a empresa que borges detinha, a abdl – antónio borges e diogo lucena (ex-administrador da fundação gulbenkian) – e previa o pagamento de 25 mil euros mensais, que, segundo borges, eram repartidos por uma equipa de cinco pessoas.
o objectivo do contrato era claro: consultoria para as privatizações, reestruturação do sector empresarial do estado e renegociação das parcerias público-privadas. um dos últimos dossiês em que borges trabalhou foi na privatização dos ctt.
mas, na verdade, o contrato era na prática destinado ao próprio borges, que faleceu dia 25 de agosto, vítima de cancro.
como consultor do governo, teve muitas vezes opiniões diferentes das do executivo. no final de janeiro, por exemplo, afirmou que a privatização da rtp ia mesmo avançar e, dias depois, o governo adiava o processo de alienação da estação pública. em 2012, tinha defendido a privatização da caixa geral de depósitos, mas o governo garantia que essa hipótese não estava em cima da mesa.
a parpública não esclarece se, agora, na ausência de borges, vai contratar outro consultor para as mesmas áreas.