Já se investiu mais em 6 meses do que em todo o ano de 2012

No primeiro semestre foram transaccionados 150 milhões de euros, mais 24% do que o investimento total de 2012, 125 milhões de euros.

nos primeiros seis meses do ano foram transaccionados no sector imobiliário 150 milhões de euros, mais do que o investimento total de 2012, que foi de 125 milhões de euros, um aumento de 24%.

estes números foram avançados pelo relatório ‘market pulse portugal’, referente ao 1.º semestre, da jones lang lasalle. o documento analisa a performance dos segmentos de investimento, retalho e escritórios. o relatório sublinha que o mercado imobiliário nacional está a ganhar um novo impulso, sobretudo, motivado pelo sector do investimento.

de acordo com a consultora, verifica-se desde o início do ano um manifesto interesse por parte dos investidores em comprar activos imobiliários em portugal, o que será, em grande parte, uma reacção ao ajustamento de preços que se tem vindo a fazer sentir. a jones lang lasalle acredita que o segundo semestre deverá dar continuidade a esta tendência.

a origem do investimento, que se manteve especialmente concentrada nos portugueses durante esta primeira metade do ano, deverá também ser mais diversificada, com vários investidores estrangeiros a manifestarem interesse em adquirir imóveis em portugal. quanto ao sector, têm sido de diversa natureza, incluindo players institucionais, fundos de investimento, family offices ou privados individuais.

maior interesse em imóveis portugueses

“todo o percurso que temos construído internacionalmente parece agora começar a dar frutos. sentimos desde há alguns meses um maior interesse de diversos investidores internacionais em imóveis portugueses, que se tinham afastado do nosso mercado pelo risco que este apresentava, tendo em conta a reputação do país nos mercados financeiros e o facto de ter sido intervencionado pela troika”, refere pedro lancastre, director-geral da jones lang lasalle portugal. o responsável adianta ainda que as condições para se começar a pensar numa recuperação parecem estar agora criadas e está muito confiante de que a segunda metade do ano trará melhores notícias para o sector imobiliário, e indicadores mais fortes do que os observados no ano passado.

pedro lancastre admite mesmo que a estabilidade política e a inversão do agravamento da economia são condições essenciais para que a recuperação se inicie. e defende que existem no sector excelentes oportunidades, com activos de grande qualidade, alguns deles com um ajuste de preços considerável, e com bom potencial de retorno. “estamos num buyers market, com condições de compra muito atractivas e isso começa a ser percebido pelos investidores internacionais, que se tinham afastado de portugal”, salienta.

retalho mais dinâmico com 82% do volume transaccionado

o retalho foi a classe de activos mais dinâmica, com 82% do volume transaccionado no semestre. os investidores nacionais foram particularmente dinâmicos e protagonizaram três compras de referência: hipermercado continente de lamego, pingo doce de linda-a-velha e loja nike store, na rua garrett, em lisboa. destaque ainda para os golden visa, que têm captado investimento maioritariamente chinês, mas também brasileiro, russo e indiano.

neste nicho, os investidores chineses preferem as aquisições de casas nas zonas centrais de lisboa, como o chiado, o príncipe real ou a envolvente à avenida da liberdade; o parque das nações, e as zonas de cascais e estoril, estas últimas devido à proximidade ao mar. foram também vendidos aos mesmos investidores diversos prédios para reabilitação no centro da capital.

a jones lang lasalle revela ainda que, face a este cenário mais positivo, as yields se mantiveram estáveis no primeiro semestre, em quase todos os sectores e zonas, após um ano de subidas consecutivas.

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