Fronteiras fechadas

Não sei se foi do Verão, mas nas últimas semanas sempre que venho para o jornal não encontro uma série de figuras que costumava ver nos semáforos por onde passo. Disfarçados de ‘vendedores’ da Cais, cruzava-me com um sem número de cidadãos do Leste europeu que pediam de uma forma mais ou menos agressiva que…

cheguei mesmo a comentar várias vezes no jornal como era possível terem o ‘equipamento’ da cais, se não se enquadravam nessa categoria. depois ouvi testemunhos pouco abonatórios para tais figuras, já que me garantiam que eles ‘corriam’ com os pedintes portugueses, que se viam obrigados a deixar o ‘local de trabalho’ à força.

um país democrático deve tentar por todos os meios integrar os povos que tentam a sua sorte e que só deixam a sua terra por falta de oportunidades. parece-me que é pacífico que assim seja, mas o mesmo deixa de ser consensual quando quem procura uma nova vida só quer dedicar-se a actividades marginais. não faço ideia do que aconteceu aos tais ‘pedintes’ profissionais: se foram de férias ou se voltaram para a sua terra. o que sei é que em frança, liderada por um governo socialista, o ministro do interior quer expulsar os ciganos romenos e búlgaros por terem um estilo de vida pouco compatível com os gauleses. a discussão ainda vai no princípio, mas o tal ministro já disse que a livre circulação no espaço schengen só se refere aos aeroportos. curiosa leitura do tratado.

também esta semana fiquei a saber que a costa portuguesa e a espanhola vão ter drones – aviões não tripulados – a vigiarem as suas águas, para evitarem a entrada de clandestinos, além do tráfico de droga. a ideia partiu de bruxelas. parece-me evidente que num futuro não muito distante, as fronteiras terrestres vão voltar ao que eram. ou pelo menos ser controladas por drones e afins.