uns dias depois, com outro tipo de tribo, entrei num dos espaços muito frequentados pelas tais figuras ‘públicas’ e boa parte dos ‘amigos’ começou a vociferar contra a enchente que ali estava, além de se queixarem que o calor era insuportável. eu, como não tinha muita vontade de estar num local onde a música não me agradava e era preciso alguma resistência para chegar ao bar, acabei por me juntar ao coro de protestos. ri-me do facto e parti para outras paragens, no caso, casa. eu que normalmente estou bem, desde que esteja com as pessoas que quero estar, entrei na onda que não é a minha praia.
mas é um facto que cada vez se encontra mais gente insatisfeita. as pessoas procuram aquilo que não têm e quando o alcançam fartam-se rapidamente. por isso é agora mais recorrente encontrar pessoas que se tornam chatas e desagradáveis porque não sabem saborear os momentos. põem defeitos em tudo, dizem que antigamente é que era bom – não pode haver nada mais parvo, já que o passado é sobretudo memórias – e têm dificuldades em encontrar o seu espaço. há amigos que ainda não conseguiram arranjar o antídoto para essas personagens. eu, pela minha parte, sou especialista a fugir de conversas negativas e sérias. a noite é óptima quando sabemos saborear o tempo, as conversas, a música e os copos. uma combinação assaz interessante. ?
vitor.rainho@sol.pt