Críticas, ataques e insultos no Conselho do PSD

Houve críticas, ataques e até insultos na reunião do Conselho Nacional do PSD, que terminou na madrugada de hoje.

convocado para discutir a pesada derrota nas eleições legislativas, o encontro do órgão máximo do psd entre congressos teve momentos em que virou um autêntico campo de batalha e o próprio líder do psd teve que interromper os discursos para voltar a falar aos conselheiros nacionais, procurando acalmar a discussão.

o momento mais tenso foi o discurso do eurodeputado, paulo rangel, próximo de rui rio, que criticou a escolha dos dinossauros autárquicos, nomeadamente luis filipe menezes e fernando seara, considerando ” uma vergonha” a polêmica em torno da lei de limitação de mandatos, que a seu ver foi feita para impedir que os presidentes de câmara se candidatem mais de três vezes seguidas. rangel, que aproveitou para dizer que não tem “dono”, enfrentou então apupos e mesmo alguns insultos. a mesa teve que pedir aos conselheiros que o deixassem terminar o discurso. pelo meio, acusou aguiar-branco de ter uma visão “soviética”, por defender consequências para os militantes que apoiaram o independente rui moreira no porto. no final, não foi aplaudido.

o ministro da defesa e candidato à presidência da assembleia municipal do porto, aguiar-branco, tinha falado antes para criticar os militantes do psd que fizeram campanha com moreira, dizendo que esses actos não deveriam ser esquecidos. “prefiro perder com o psd do que ganhar contra o psd”, justificou. e respondeu também a josé luís arnaut, que criticara o mau resultado do candidato ao porto.

o vice-presidente do psd, pedro pinto, que ficou em terceiro lugar na luta autárquica em sintra, por seu lado, insistiu em que não se deve perseguir militantes, mas lembrou que o partido tem estatutos que devem ser cumpridos, sugerindo uma punição dos faltosos.

em defesa dos mais atacados, pessoas como miguel veiga, valente de oliveira ou antónio capucho, falou a ministra paula teixeira da cruz defendendo que não deve haver uma “caça às bruxas”. aqui, a resposta foi mesmo dada por pedro passos coelho que disse que não se tratava disso e que preferia que o assunto não fosse colocado nesses termos.

“há muito tempo que não se assistia a uma berraria assim”, resumia ao sol um dos conselheiros nacionais do psd.

helena.pereira@sol.pt