Miguel Albuquerque avança já

Miguel Albuquerque quer tirar Alberto João Jardim da liderança do PSD-Madeira, acusando-o de conduzir o partido para “um caminho suicidário”.

“estou disponível para avançar em qualquer circunstância”, disse ao sol, numa declaração que repetirá na conferência de imprensa que tem marcada para hoje. “o partido não mudou, não se renovou, manteve o mesmo líder e o discurso estafado e os cidadãos deram a resposta”, acrescenta o ex-adversário de alberto joão jardim nas últimas eleições para a liderança do psd-m, comentando a estrondosa derrota deste partido nas eleições autárquicas, em que ficou reduzido a apenas quatro câmaras em 11 (todas do psd).

nas eleições internas, em novembro, albuquerque tinha obtido 47,6% dos votos, perdendo para jardim por 124 votos. as eleições autárquicas vieram confirmar os ventos de mudança.

os apoiantes de albuquerque querem agora recolher as assinaturas necessárias para a marcação de um congresso extraordinário electivo, embora prevejam a guerra que isso vai abrir contra a direcção de jardim, que marcou, no último congresso, só para dezembro de 2014 as próximas eleições directas.

na noite eleitoral, jardim afirmou que não se demitia porque isso seria fazer um favor “à madeira velha, aos ingleses e à sua comunicação social”. e recusou a hipótese de haver um congresso extraordinário por considerar “ilegal”. esta quarta-feira anunciou ainda a expulsão de todos os militantes que participaram na campanha dos adversários.

cafôfo, o novo ciclo

um dos rostos da mudança no arquipélago da madeira é paulo cafôfo, que ganhou a câmara do funchal, e que já comparou a renovação com um 25 de abril. este professor de história do ensino secundário encabeçou uma coligação de seis partidos, incluindo o ps.

ao sol, o candidato eleito diz querer fazer uma transição serena e garante que o seu objectivo é tratar do concelho e não fazer “guerra civil” a jardim (ver entrevista na edição online).

“esta vitória representa uma vontade das pessoas em mudar um estilo de política e em mudar políticas. estamos no fim de um longo ciclo político cuja cabeça é alberto joão jardim. teve o seu tempo e o seu mérito. expirou o seu prazo de validade”, explica.

helena.pereira@sol.pt