apesar da condenação praticamente unânime das acções do aurora dourada, o debate está a ser manchado por trocas de acusações entre a nova democracia (no poder) e o syriza (oposição de esquerda). os ânimos ficaram especialmente inflamados na terça-feira depois de failos kranidiotis, um advogado próximo do primeiro-ministro antonis samaras, ter escrito no facebook que estava “a guardar as balas para o verdadeiro inimigo”, aludindo ao syriza. à esquerda, há quem tema que os conservadores utilizem a nova legislação para limitar a oposição.
direita militarista
o aurora dourada surgiu em 1980 na forma de uma revista nazi dirigida por michaloliakos. a publicação atrairia saudosistas da ditadura militar numa altura em que os gregos começavam a virar à esquerda. a transformação em partido dá-se desde 1985 até à legalização em 1993.
a militarização acontece com a ajuda de supremacistas brancos da áfrica do sul e aprofunda-se com a guerra da bósnia – vários membros do aurora dourada participaram no massacre de srebrenica ao lado dos nacionalistas sérvios, em nome da aliança cristã ortodoxa. os problemas com a lei surgem logo nos anos 90, com agressões a activistas de esquerda e a morte de imigrantes. sempre que cercado, o aurora dourada defendia-se com a suspensão da actividade do partido e a migração dos dirigentes e militantes para outras forças.
a chegada ao parlamento deu-se no ano passado, com a grécia mergulhada na fase mais negra do período da troika. desde então, repetem-se os incidentes protagonizados por dirigentes do partido. ainda em 2012, kasidiaris, agora detido, agrediu uma deputada comunista durante um debate televisivo.