Críticos querem Rui Rio no congresso

Rui Rio deve estar a postos para a corrida à liderança do PSD, uma corrida que pode ser feita de etapas porque a meta ainda não está à vista. É assim que os seus apoiantes vêem o futuro, pressionando o autarca do Porto a dar um primeiro passo já no Congresso de Fevereiro, com a…

“rio é fundamental para a regeneração do psd”, defende ao sol miguel veiga. “obviamente, dentro do partido há um sentimento crescente de que rio é a alternativa credível para o país e para o psd”, corrobora, também ao sol, antónio capucho.

entre os apoiantes, a estratégia é clara: enquanto a situação estiver estagnada, ou seja, com a troika, rio não deve abrir uma crise interna no psd. o mais natural, então, seria esperar pelo fim do ciclo de passos, que pode acontecer apenas depois das legislativas . porém, anota miguel veiga, “la donna è mobile qual piuma al vento muta d’accento”. ou seja, a situação política pode mudar de repente e rio tem que estar a postos.

as recentes declarações de rio, em entrevista à sic, em que admitiu voltar a pensar na corrida à liderança do psd, deixaram entusiasmados os seus apoiantes.

do lado da direcção, os passistas estão irritados com rio (por ter dado gás à candidatura do independente rui moreira), mas desdramatizam o peso do autarca no aparelho. “foi presidente de câmara 12 anos e nunca controlou sequer a concelhia do porto”, aponta um dirigente distrital.

na verdade, entre os próprios críticos de passos, embora de momento todos os focos apontem para rio, fazem-se contas e há quem não aposte 100% na candidatura do autarca do porto. se passos, seguro pelo aparelho, ficar até ao fim da legislatura e for outra vez candidato a primeiro-ministro, pode perder para um ps com maioria absoluta. e aí resta saber se rio estaria disponível para pegar no partido.

expulsões em curso

à sede do psd, na lapa, já chegaram várias denuncias de militantes que concorreram contra candidatos do psd, confirmou ao sol o secretário-geral do psd, matos rosa. para desencadear o processo, basta cópia da certidão do tribunal a confirmar a candidatura. o processo é administrativo e a expulsão rápida.

“é para o lado que eu durmo melhor”, responde antónio capucho, dizendo que grave é o “sectarismo acéfalo” do psd que não quis apoiar candidatos que “vinham das bases” como em sintra, portalegre ou almodovar, o que deu origem ao aparecimento de candidaturas independentes.

rangel tremido no pe

a discussão sobre autárquicas e o confronto com rangel abriu ainda outra frente de combate: a elaboração das listas de candidatos ao parlamento europeu (pe).

alguns próximos de passos não querem ver de novo rangel, que foi cabeça de lista em 2009. o psd, aliás, já tem um rol de nomes: desde logo, fernando ruas, que saiu da câmara de viseu, onde o psd mesmo assim manteve a maioria absoluta. fernando seara já jurou que não quer ir para bruxelas.

no cds, que concorrerá em coligação com o psd ao pe, o assunto já é visto com preocupação. portugal vai ter direito a menos lugares do que em 2009. teme-se que o desaire eleitoral da coligação possa ser maior do que os dois partidos em separado.

helena.pereira@sol.pt