no programa da rtp ‘o país pergunta’, em que respondeu a perguntas de 20 cidadãos, o primeiro-ministro revelou ainda que o governo vai apresentar um orçamento rectificativo para este ano e terminou garantindo: “se eu falhar a minha missão é o país inteiro que falha”.
“quem está a suportar o peso todo desta crise é a classe média e aqueles que têm maiores rendimentos. o que espero, com honestidade, é que até ao final do primeiro semestre do próximo ano este período de emergência que estamos a viver possa ser encerrado e possamos retornar a um caminho de crescimento que seja melhor do que aquele que tivemos no passado”, afirmou, em resposta a uma professora desempregada.
ao longo de hora e meia, passos foi questionado por professores, reformados, um médico, um taxista, uma empresária e estudantes.
a maior parte das perguntas, específicas (como, por exemplo, sobre o papel dos governos civis na preservação do ambiente) teve respostas vagas por parte do primeiro-ministro.
disse que há esperança e vai haver retoma, mas não explicou como vão ser cortados os salários da função pública ou as pensões de sobrevivência – o orçamento do estado só será fechado no domingo e só nessa altura serão revelados os contornos dos novos cortes.
não se comprometeu com a baixa do iva da restauração para não “alimentar essa expectativa” mas foi enérgico a garantir que nunca subscreverá as candidaturas de cidadãos independentes à assembleia da república.
e desabafou que “não é fácil enfrentar a contestação”.
foi assim a entrevista. ao sabor das perguntas, passos saltou de tema em tema, alguns muito distintos. não se falou, contudo, nos chumbos do tribunal constitucional que ameaçam as principais medidas de corte da despesa pública do governo, como a convergência de pensões.