Cortes pesados nos salários

O Governo decide domingo como vai fazer os cortes de salários públicos. Proposta em cima da mesa protege os qualificados e corta mais nos que ganham menos.

o conselho de ministros começou a discutir ontem a mais difícil medida do orçamento: a tabela remuneratória única do estado, com a qual se pretende ganhar quase 500 milhões de euros. a base da proposta é um corte de 10% em todos os salários a partir dos 600 euros – mas anulando o corte salarial aplicado por josé sócrates em 2011 (que representava em média 5%).

a questão política mais delicada é como se fazem as contas ao efeito líquido. segundo apurou o sol, os funcionários que deverão ser mais afectados são os que ficaram isentos dos cortes do tempo do governo socialista e que agora verão o salário cortado, uma vez que a fasquia mínima desce para 600 euros. um pormenor: o corte só se aplica na parte do salário acima deste valor.

se as contas fossem lineares, os cortes seriam maiores abaixo dos 2.300 euros brutos – quando a taxa de sócrates atingia os 5% – mas os números oficiais e concretos não existem e só serão conhecidos por uma portaria, já depois de aprovado o orçamento.

leia mais sobre esta notícia, bem como sobre as principais medidas do oe que têm impacto directo nos cidadãos, na edição do sol, hoje nas bancas.

david.dinis@sol.pt, helena.pereira@sol.pt e jal@sol.pt