em audição no parlamento, macedo considerou que “não está em causa o direito de manifestação”. “há duas questões centrais, de segurança e de legalidade. nenhuma destas foi contestada por ninguém até agora, nem pelos promotores”, afirmou o ministro, explicando que o governo não podia decidir contra os três pareceres negativos já emitidos sobre a realização da manifestação no tabuleiro da ponte 25 de abril. “aqui, não pode prevalecer o que acha o ministro”, disse, explicando que o governo sugeriu a ponte vasco da gama porque era a “única alternativa”, uma vez que a cgtp quer fazer um protesto “a unir as duas margens”.
miguel macedo ainda se irritou com o deputado do pcp antónio filipe, quando este num aparte referiu que o governo, em vez da vasco da gama, poderia ter sugerido a ponte junto ao carregado. “eu não estive a brincar nisto”, respondeu macedo.
para o pcp, no entanto, está-se perante “um atentado político ao direito de manifestação”. o deputado antónio filipe tentou desmontar os perigos para a segurança e mostrou até uma foto da ponte 25 de abril durante uma maratona para dizer que estava cheia e que muitas pessoas nem sequer estão inscritas. “que meios de socorro poderiam passar nesta ponte lotada?”, questionou, lembrando que a cgtp se disponibilizou para acautelar os problemas de segurança levantados. “há de facto diferenças. nas manifestações, as pessoas atropelam-se e pisam-se para chegar umas antes das outras”, disse com ironia.
pedindo os pareceres de segurança sobre as 20 maratonas que já ocorreram naquela ponte, o pcp insistiu que o governo está a querer “condicionar e intimidar” as pessoas.
[actualizada às 16h56]