a venda de 6% do capital da pt foi anunciada num comunicado enviado à comissão do mercado dos valores mobiliários, sem que a operadora tivesse sido previamente avisada. granadeiro terá lamentado a decisão. «entristece-me ver alguns indivíduos e instituições a desistir de portugal», disse ao jornal de negócios.
horas depois, nuno fernandes thomaz, vice-presidente da cgd, reagia. em declarações ao económico, afirmou que a caixa não desistiu de portugal e que «aposta ainda mais no país, através da cobertura do core da caixa e do core do país, que são as pequenas e médias empresas».
a decisão foi justificada com uma estratégia de «desinvestimento em activos não estratégicos». a venda será feita através de uma oferta particular de acções dirigida a investidores qualificados e deverá render cerca de 200 milhões de euros.
a cgd é o quarto maior accionista da operadora portuguesa, estando atrás do grupo espírito santo (que detém uma participação de 10,12%), da ongoing (10,05%) e da telemar (10%). esta última é também accionista da oi, operadora brasileira com a qual a pt anunciou no início do mês uma fusão.
obedecer à troika
a venda da totalidade do capital da cgd na empresa de telecomunicações obedece às imposições feitas pela troika à banca nacional, para que diminua a participação em activos não-financeiros. no caso particular do banco público, a alienação surge após outros desinvestimentos semelhantes na zon e na cimpor.
se a estratégia continuar a ser seguida, deverá implicar novas alienações. a lista de activos não-estratégicas da cgd inclui ainda participações no bcp, galp energia, brisa privatização, ren, edp, taguspark.
segundo o relatório anual de 2012, as participações da cgd – excluindo a zon e a pt – estavam avaliadas em mais de 50 milhões de euros.
com a decisão de vender a posição na pt, ficam definitivamente afastados os capitais públicos da estrutura accionista da operadora, depois de o próprio governo ter acabado com a golden share (uma acção com direitos especiais).