o trabalho de campo foi feito entre 7 e 27 de setembro e consistia em acompanhar algumas acções de campanha dos vários partidos. ver, por exemplo, como eram angariados os donativos ou como eram pagas as utilizações de espaços. joão pedro santos, estudante universitário e candidato em quarto lugar à assembleia municipal de setúbal pelo be, foi uma das 80 pessoas que participaram nesse trabalho, tendo recebido 500 euros.
o relatório final ainda não está concluído e deve ser entregue nos próximos dias à entidade das contas, organismo que pertence ao tribunal constitucional.
a entidade das contas foi alertada pelo sol para o facto de ter tido um fiscal que era ao mesmo tempo candidato autárquico, assumindo que se trata de “um evidente conflito de interesses” que escapou ao controlo. a presidente, margarida salema – que assinou a declaração (a que o sol teve acesso) que credenciou joão pedro santos – garante que o trabalho deste fiscal “não será tido em conta” no relatório final.
o erro é assumido por marcelo moriconi, professor do iscte e coordenador do trabalho de campo. ao sol, explica que joão pedro santos não omitiu a sua condição de candidato na declaração de conflito de interesses a que é obrigado a assinar: “disse-me que era candidato num lugar simbólico”. na falta de voluntários, moriconi decidiu aceitar a sua candidatura e garante ter feito “um controlo exaustivo” do seu trabalho. “falei com ele todos os dias”, explica.
joão pedro santos, que não quis falar ao sol, não foi eleito por pouco: o be conseguiu eleger três candidatos para a assembleia municipal e joão pedro era o quarto.