o mercado adapta-se aos ciclos da oferta e da procura e, pelo facto de a venda de imóveis ter diminuído abruptamente nos últimos dois anos, esperava-se que o arrendamento funcionasse como tábua de salvação do imobiliário. contudo, o mercado não acompanhou de imediato essa tendência e a procura, afinal, não foi a esperada, nem a rentabilidade dos espaços se tornou atractiva para os proprietários.
face às restrições bancárias para a concessão de crédito à habitação, para muitos portugueses o arrendamento tornou-se a única opção no caso de pretender uma casa. e se até aqui a procura era na maioria para compra de habitação, no primeiro semestre deste ano, pelo menos em lisboa e no porto a procura pelo arrendamento já ultrapassou a compra.
no entanto, a média nacional representa só 45%, de acordo com o relatório do portal casayes da associação dos profissionais e empresas de mediação imobiliária de portugal – apemip. isto significa que, no geral do país, a compra ainda é maioritária em relação ao arrendamento.
segundo o último market outlook do gabinete de estudos da apemip, em março deste ano o peso do arrendamento na procura residencial era de 46,13%, em maio desceu para 43,06% e em agosto recuperou apenas ligeiramente para 43,82%.
e estes números relativos à procura de arrendamento não significam que a oferta seja na mesma proporção à procura. segundo o mesmo estudo, o peso do arrendamento na oferta residencial em portugal era de 7,26% em março deste ano, 7,58% em junho e 7,55% em agosto. conclui-se que os níveis de oferta permanecem muito longe da procura que já existe no sector.
oferta para venda de casas usadas domina
quanto à oferta para compra, as casas usadas continuam em grande maioria, com 56,43%, enquanto as novas apenas representam 30,20%. já as vendas em construção representam apenas 5,59% das habitações. os t2 são as tipologias que mais se encontram disponíveis no mercado, com 41,38% e os t3 representam 31,95% da oferta.
relativamente aos valores para venda, os t5 atingem uma média de 140.000 euros, os t4 117.000 euros, os t3 75.000 euros, os t2 ficam nos 59.800 euros e os t1 não vão além de 48.000 euros. segundo o estudo, é no intervalo entre os 75.000 e os 125.000 euros que se encontram mais casas para venda, com 28,98%, seguido da faixa que vai de 125.000 a 175.000 euros, com 20,19% da oferta.
no caso do arrendamento os valores mínimos situam-se entre os 240 e os 650 euros; enquanto que os máximos abrangem um leque maior, entre 800 e 4.500 euros.