Música volta a mexer a avenida

Decidir o que se vai ver. É sempre este o dilema dos espectadores que anualmente acorrem ao Vodafone MexeFest, mas é inevitável ser de outra maneira. São mais de 50 concertos espalhados por várias salas da Avenida da Liberdade e do Rossio, com muitas sobreposições.

jwana godinho, da música no coração, a produtora que organiza o festival, gosta da ideia de se ir ‘picando’ várias actuações, até porque “a lógica do festival mantém-se: dar a conhecer um conjunto de música nova, de gente que está a começar e que, muitas vezes, até está em fase muito embrionária” – como é o caso, este ano, da jovem mariana secca. mas para quem faz questão de ver um espectáculo do início ao fim, só há um conselho a dar: olhar para a programação com antecedência e elaborar um mapa do que não se quer perder.

como seria de esperar, é uma dor de cabeça para a organização destacar bandas. mas entre os óbvios savages e daughter, jwana godinho aponta john grant e oh land como dois dos “nomes incontornáveis”. “uma das marcas do mexefest também têm sido as actuações especiais e diferentes que os artistas nacionais preparam propositadamente para o festival. é muito gratificante ver, por exemplo, a márcia novamente aqui e, a par disso, ainda trazer dois convidados de luxo” (ver caixa).

outra das constantes no mexefest é a rotação de espaços e salas e, este ano, não é excepção. “todos os anos gostamos de proporcionar a descoberta de espaços novos, alguns deles que nem os lisboetas conhecem”, comenta a responsável, salientando o palácio da independência, no rossio, como um desses exemplos.

mas a novidade mais apreciada nesta edição foi a introdução no mapa de salas do coliseu dos recreios. sendo o espaço nobre da cidade para concertos, era um pedido recorrente dos habitués do festival. até porque, como tem capacidade para quatro mil espectadores, pode ajudar a minimizar as inconvenientes longas filas de espera que se formam depois de uma sala ficar lotada.

alexandra.ho@sol.pt