“uma das linhas do nosso trabalho passa por falar sobre temas relevantes no momento. nesta peça quisemos falar sobre solidariedade e colocar a questão: o que é que nós, enquanto habitantes da união europeia, temos que fazer uns com os outros?”, diz ao sol, de amesterdão, vincent rietveld, um dos membros do colectivo, que chama a atenção para o facto de, ao se falar sobre bruxelas, normalmente se estar a pensar numa enorme organização sobre a qual pouco se sabe. “mas a europa é também um local geográfico onde vivem milhões de pessoas. o que é que os portugueses deverão fazer connosco? será boa ideia uma companhia holandesa ir a lisboa fazer a sua arte em vez de serem os portugueses a fazer arte para eles próprios? esse é o grande tema da peça. a solidariedade pode ser um tema bastante impessoal. tentamos torná-lo pessoal, relacioná-lo com o público local, ultrapassar as diferenças culturais e tornamo-nos mais próximos. somos vossos amigos”.
vicent rietveld quer manter em segredo o modo como tudo isto é traduzido em cena, para preservar o factor surpresa. mas uma coisa é garantida: os fundos europeus recebidos pela companhia para fazer a peça serão distribuídos entre os amigos europeus. a solidariedade tem que começar por algum lado.
