JSP – Jovens Sem Preconceitos

Não é nenhum novo partido… Existe e sempre existiu a tendência arrogante das gerações passadas catalogarem as seguintes de fúteis e superficiais. Vem sempre à baila uma suposta crise de valores por não perceberem a constante mutação natural da mente humana, a alteração dos pressupostos e as novas descobertas que a vida nos reserva.

hoje em dia não há quem não ataque os computadores pela falta de convivência das pessoas, levando a um exacerbar do culto do individualismo, o excessivo uso do telemóvel, a internet como perigo social.

embora concorde que nem tudo está certo, que nós mais jovens não somos perfeitos e que existem coisas a melhorar, não tenho essa visão negativa dos mais novos. sou, aliás, de uma opinião diametralmente oposta.

gostaria de relembrar alguns arautos da moralidade que somos nós que estamos e vamos sofrer na pele a crise económica mundial que os mais velhos criaram. ao mesmo tempo, queria recordar que, segundo o último relatório internacional, nunca a juventude teve tanta presença no voluntariado para com os que menos têm, que nunca existiu tanta participação dos mais jovens na solidariedade social.

embora o racismo não tenha desaparecido e deva ser uma luta constante, foram estes jovens que o tornaram fora de moda e que demonstram dia após dia que não basta ser contra a ideologia, mas para que ela resulte precisamos de ser genuínos e darmos provas disso todos os dias.

foi na nossa época que as mulheres atingiram definitivamente o estatuto equalitário e fomos nós que tivemos de aprender que, afinal, um curso não é o passaporte para o sucesso profissional e que para sermos alguém temos que nos saber adaptar, pois somos sucessivamente postos à prova criando uma instabilidade emocional e profissional até aqui nunca experimentada.

sim, acabamos na pista de dança porque também temos o direito de nos divertirmos, mas fazemo-lo sem olhar a classes sociais ou a ideias preconcebidas.

no meu regresso de avião de áfrica partilhei a fila com três pessoas da mesma idade mas de mundos diferentes, religiões opostas, países distantes. durante nove horas partilhámos contactos, histórias e vivências. possivelmente não nos voltaremos a encontrar, mas na cabeça de todos ficou tudo menos a cor de cada um, a riqueza ou o estrato social. a nova geração de valores. sem preconceitos.

sugestões:

requiem (original mix) – ten walls

lost (original mix) – amine edge