Nuno Melo: Coligação nas europeias deve ser ‘excepção’

Os actuais eurodeputados do CDS, Nuno Melo e Diogo Feio, defendem que uma coligação pré-eleitoral com o PSD nas eleições europeias de Maio só se justifica pela “excepcionalidade” do momento que o país vive, em que os dois partidos governam em coligação.

“só a excepcionalidade das circunstâncias justifica coligações e o cds tem provado ao longo dos anos a sua capacidade eleitoral própria e não-delegável, mas a verdade é que, como sabemos, portugal se encontra em circunstâncias de excepção”, lê-se na moção ao congresso do cds “uma europa solidária e capaz em tempos de crise”, que se realiza dias 11 e 12 de janeiro, em oliveira do bairro.

os subscritores lembram que o cds tem crescido de votação nas últimas eleições legislativas e autárquicas e argumental que o partido não tem qualquer receio de ir sozinho a votos ao parlamento europeu. no entanto, sustentam, as circunstâncias de 2014 são diferentes das circunstâncias de 2009, em que concorreram separados.

“o cds encontra-se no governo, coligado com o psd. e as eleições europeias acontecerão uma semana depois do fim do programa de austeridade. por seu lado, queiramos ou não, psd e cds serão avaliados nas próximas eleições europeias, não apenas em razão do programa que apresentem para discussão, mas também pelo que suceder a partir de 17 de maio de 2014, em projecção do que o país conseguirá, terminando este ciclo de assistência externa”, defendem, argumentando ainda que é uma maneira de evitar, “num momento sensível e determinante” para portugal que os dois partidos “esgrimam argumentos em campos opostos, potenciando situações de conflito ou de divisão”.

a lista conjunta do psd e cds às eleições europeias ainda não existe (a estratégia terá que ser sufragada nos congressos dos dois partidos) mas já está, no entanto, a criar fricções nos bastidores. em causa está a ordenação dos nomes de ambos os partidos. o cds já fez saber que não abre mão de nuno melo como o primeiro candidato indicado pelos centristas. com a diminuição de um lugar no parlamento europeu para portugal, a dúvida é se o cds pode ficar com o quarto e oitavo lugares das listas, à semelhança de 2004 (em que concorreram coligados), ou não. se for assim, o cds pode não eleger o seu número 2. os centristas reclamam que a lista não pode ser igual à de 2004, uma vez que os lugares em bruxelas diminuíram.

helena.pereira@sol.pt