Portas responde a Passos sobre legislativas

Paulo Portas reescreveu a moção que tinha apresentado ao Congresso do CDS de Julho (que foi cancelado) e aproveitou para responder a Pedro Passos Coelho, que, em entrevista à TVI na semana passada, admitiu que possa haver uma candidatura conjunta do PSD e do CDS nas próximas eleições legislativas.

na moção entregue ontem para ser discutida no congresso do cds em janeiro, o actual líder que se recandidata afirma que “o normal e expectável, em eleições legislativas, é cada partido apresentar-se autonomamente” e que ainda não é o tempo de para abordar esta questão. no entanto, acrescenta em relação ao que escrevera em junho: “havendo um governo de coligação, razões muito fundamentadas podem justificar a formação de alianças, que podem revestir diversas fórmulas.
no momento próprio, o cds fará a sua reflexão e tomará as suas decisões». ora, isto significa que, estando em coligação no governo, o cds tem duas opções: uma coligação pré-eleitoral ou pós-eleitoral, aliás, como aconteceu nas legislativas de 2011.

“o facto de o mandato deste congresso terminar em janeiro de 2016, permitirá ao conselho nacional do cds tomar as decisões apropriadas no tempo certo. é em si mesmo um órgão indiscutivelmente soberano, mas poderá também ajuizar sobre o melhor processo de legitimação das opções em matéria de eleições legislativas e presidenciais”, diz ainda na moção “responsabilidade e identidade”.

na moção entregue em junho, portas dedicava apenas dois parágrafos a esta questão e, mais sintético, não tecia quaisquer considerações sobre eventuais tipos de coligações, considerando que a prioridade do cds era “manter-se concentrado no país e unido na diversidade da sua família”.

na entrevista à tvi, pedro passos coelho afirmara que «seria natural» o seu partido e o cds irem coligados às legislativas: «acho que não se pode encarar com estranheza. seria natural que assim acontecesse, mas não estou com isto a dizer que é isso que vai acontecer».

«não vejo nenhuma necessidade de estar a criar problemas ao doutor paulo portas [presidente do cds-pp e vice-primeiro-ministro], como ele seguramente não vê nenhuma necessidade de estar a criar problemas ao líder do psd. ora, nós não conversámos sobre isto e, portanto, não tomámos nenhuma decisão relativamente a esta matéria que fôssemos propor aos nossos partidos», disse, reiterando que a possibilidade de uma coligação pré-eleitoral «pode acontecer».