Mário Soares aquece Congresso do CDS

Críticas a Mário Soares aqueceram os trabalhos do Congresso do CDS, reunido em Oliveira do Bairro. É uma constante desde 1974 e continua a surtir efeito. Desta vez, o protagonista foi Telmo Correia, a quem coube apresentar a moção de estratégia global de Paulo Portas.

num tom duro, o deputado disparou sobre o dinamizador das sessões da aula magna contra o actual governo e lembrou mesmo os tempos do prec, em que nasceu o cds.

“perante o apelo à violência, esquecem-se que este partido não é, nem nunca foi intimidável. os mais velhos sabem-no bem. nascemos debaixo de tiros”, disse, referindo-se aos apelos ouvidos na “aula magna radical e saudosista do prec”. “sempre que há um governo de centro-direita, dizem-nos que tem que haver eleições um mês depois”, acrescentou.

o discurso de telmo correia foi dos que mais animou os congressistas que aplaudiram de pé no final. o deputado assumiu ainda compreender que todos os militantes gostassem que o cds “concorresse sozinho às eleições europeias”, mas isso não pode acontecer em nome da coesão da actual coligação governativa. já sobre uma aliança nas legislativas, que de acordo com o calendário normal serão no final de 2015, a discussão é extemporânea, defendeu.

outro momento alto foi o ataque aos professores-sindicalistas para garantir que a preocupação do cds com a educação tem em vista “as crianças e as suas famílias e não os sindicatos”.

na senda da provocação, telmo correia dirigiu-se mesmo ao principal desafiador de portas, filipe anacoreta correia, dizendo que este foi “injusto” por ter dito que o governo falhou no governo.

helena.pereira@sol.pt