Portas e Anacoreta defrontam-se em voto secreto

As moções de estratégia global de Paulo Portas e Filipe Anacoreta Correia vão a votos esta madrugada, naquele que será um teste decisivo à força da ala critica do CDS. E, ao contrário do passado, a votação não será feita de braço no ar, mas por voto secreto.

nos breves discursos que fizeram já depois da meia-noite, portas centrou as suas palavras na coligação para as europeias. anacoreta é contra a aliança com o psd e por isso portas esforçou-se por pedir compreensão aos militantes. “cada um de nós preferia ir com a sua bandeira. eu sei, mas peço-vos que pensem em portugal”, afirmou, lembrando que as europeias têm lugar uma semana antes do fim do resgate.

sobre legislativas, prometeu que “os militante serão ouvidos”, ou seja, admite convocar um referendo interno para perguntar aos centristas se querem repetir a aliança com o psd.

e fez ironia com a ideia de que o cds é “um partido de um homem só”, dizendo que não faltam sucessores, tal como a comunicação social tem apontado.

portas convidou nobre guedes para a sua lista ao conselho nacional, que será liderado por pires de lima, para esvaziar o trunfo que anacoreta tinha trazido para este congresso.

o líder do movimento alternativa e responsabilidade, por sua vez, reafirmou que iria levar a sua moção a votos, em nome da sua agenda de reformas. “quando não se quer discutir ideias, cria-se encenações”, lamentou anacoreta correia. “não ter medo de perder prepara-nos para grandes vitórias”, disse aos jornalistas.

portas foi o primeiro a falar por sorteio feito por uma moeda pelo presidente da mesa do congresso, luís queiró.

a votação das duas moções ocorre de madrugada, enquanto as listas para os órgãos nacionais só serão votadas domingo de manhã.

helena.pereira@sol.pt