Proíbam os carros, os cigarros, o álcool…

Cada vez mais o nosso futuro é decidido pelos burocratas de Bruxelas, que não dão ares de quererem abrandar na senda das proibições, no que aos costumes diz respeito. No início do ano entraram em vigor em Portugal novas regras de condução, com mais inibições. O Código da Estrada da quase totalidade dos países, se…

mas comecemos pela maior aberração e contradição do sistema viário. as estradas são cada vez mais seguras, os carros têm mecanismos de defesa muito superiores aos de antigamente, mas os limites de velocidade não deixam de ser sistematicamente reduzidos. por outro lado, os carros são publicitados como sendo autênticas máquinas de corridas e que percorrem distâncias em cada vez menos tempo. se existisse alguma lógica nesta equação, os fabricantes de carros não poderiam produzir veículos, tirando os dos polícias, bombeiros, e outras entidades especiais, que andassem a mais de 140 quilómetros por hora. mas, como sabemos, não é isso que se passa. faz então algum sentido haver caça aos condutores que viajam, por exemplo, a 160 nas auto-estradas, em condições normais, se os carros que chegam ao mercado atingem os 260 km/h? é ridículo. tenham então coragem e não deixem sair carros das fábricas que atinjam tais velocidades.

outro fenómeno curioso das proibições comunitárias diz respeito ao tabaco. que faz mal à saúde, todos sabemos. mas se há tabaco à venda é porque as pessoas o podem adquirir. então por que razão os fumadores estão a ser cada vez mais marginalizados pela sociedade? façam regras que proíbam o fumo em determinados locais, mas deixem quem quer fumar à vontade. dêem aos proprietários de restaurantes, bares e discotecas a possibilidade de optarem pela modalidade que quiserem. quanto aos empregados, terão o direito de se recusar trabalhar onde o fumo seja permitido, mas quem pensar de maneira diferente terá emprego nesses locais.

as proibições são cada vez mais, em diferentes áreas, e há uma sede desértica de obrigar os outros a fazerem aquilo que não querem. qualquer dia nem se pode andar na rua depois de se ter bebido três copos de vinho…

vitor.rainho@sol.pt