tem como objectivo continuar a batalhar pela diversidade e pelos modos de exercício da profissão. para santa-rita, as vantagens passam pela possibilidade de os arquitectos alargarem as suas esferas de actuação. “se fosse uma actividade confinada a uma determinada área, estaria ainda mais afectada”, salienta.
uma das grandes missões para o seu trabalho à frente da ordem diz respeito à saída do país dos arquitectos portugueses. “entendemos que os nossos serviços têm de ser exportados e essa é a opção mais importante, procurar que eles tenham lugar noutros países, ao invés de serem os nossos profissionais a sair. ou seja, exportar menos arquitectos, mas exportar serviços de arquitectura e trazer mais trabalho para portugal”, explica. para isso é necessário apostar na formação, elaboração de estudos e projectos, e acompanhamento e programação de eventos.
para isso será necessário, na opinião de santa-rita, criar uma política nacional não baseada no investimento individual e empresarial de cada um, mas antes um reconhecimento do governo, com apoio institucional. tal como existe um programa para exportar produtos, também se pode exportar saber e conhecimento.
nem mesmo a desejada reabilitação pode salvar o sector em portugal e garantir trabalho para todos os arquitectos. “pode ser o contributo, mas não pode ser a salvação, porque a própria reabilitação tem vários aspectos . a reabilitação nos centros das cidades é importante, mas também é preciso saber quem vai habitar esses espaços. e não se pode ficar apenas pelos centros”, salienta o presidente.
o código de construção, um dos desafios lançados na campanha de santa-rita, é outro tema em cima da mesa. todas as acções, tanto a nível nacional como internacional, estão voltadas para os grandes aspectos importantes da profissão. “por exemplo, voltando à internacionalização, tudo o que seja divulgação e promoção da arquitectura, tem a ver com a própria exportação dos serviços. e no plano nacional acontece o mesmo”, salienta.
legislação é complexa
o código que se procura é aquele que compila e simplifica, sem tirar valor, garante. “tudo isto é muito complexo e o que queremos é que a prática de arquitectura seja a melhor possível. a legislação é muitas vezes complexa e necessita de clarificação”, adianta o arquitecto.
santa-rita explica que o código de construção é um tapete para os arquitectos trabalharem e “neste momento não temos um tapete confortável, ajustado à realidade ou às responsabilidades. enquanto não conseguirmos fechar essas áreas da legislação, ficamos mais fragilizados. não consigo entender como um país tão pequeno trabalha de forma tão dispersa”.
também os códigos de contratos públicos têm deixado muitas reservas no seio dos arquitectos. o presidente defende que existem formas mais ajustadas e que todos têm consciência de que é objectivo comum que as obras sejam realizadas com cuidado, e avaliadas e concluídas dentro de prazos.
mais intervenção
“o importante é existirem políticas que não sejam desnorteadas. temos um lema neste mandato: mais participação, mais intervenção, mais profissão! a ordem tem de se abrir à sociedade para que as pessoas saibam mais da nossa profissão”, esclarece.
joão santa-rita gostava de ter uma maior aproximação e participação dos membros. por outro lado, conseguir a revisão da legislação é outro aspecto essencial. “quero deixar a oa com uma estrutura, uma estratégia para enfrentar as novas realidades. o mundo está de facto diferente. o sector praticamente parou, perdeu-se muita coisa e é muito difícil voltar a repor tudo. mas queremos ajudar todos a passarem da melhor forma esta conjuntura”, conclui.