Cargos na Europa agitam PSD

Passos Coelho já disse que a questão das listas das europeias só começará a ser discutida depois do Congresso do PSD, em Fevereiro. Mas o partido, nos bastidores, já anda agitado com a escolha de nomes para o Parlamento Europeu.

a recente demissão de teresa leal coelho da vice-presidência da bancada parlamentar do psd, por causa do referendo sobre a co-adopção gay, por exemplo, foi vista em alguns sectores do partido como um sinal de que a deputada está mesmo interessada em integrar as listas ao parlamento europeu e que começa a aliviar responsabilidades em lisboa. “é um disparate”, comenta ao sol teresa leal coelho.

na discussão de nomes, e tendo em conta que um terço dos candidatos têm que ser mulheres, outro nome que é apontado é o de berta cabral. por ter sido presidente do psd-açores, a secretária de estado da defesa representaria aquele arquipélago nas listas, numa altura em que passos está a ser pressionado a tirar os tradicionais representantes da madeira e açores (nuno teixeira e maria patrão neves, respectivamente).

à espera de um desaire eleitoral, o psd pode eleger menos dois a três deputados do que há cinco anos e, por isso, a disputa por lugares é mais dura. nessa altura, o psd elegeu oito e o cds dois.

na calha para um lugar em bruxelas, estão outras figuras do psd como fernando ruas ou fernando seara. o director de campanha deverá ser o social-democrata carlos coelho.

encabeçada por paulo rangel, a lista conjunta com o cds tem ainda para resolver um dos principais problemas: os lugares do cds. este partido gostaria de ver nuno melo em segundo lugar da lista. do lado do psd, isso até é admitido, desde que o nome seguinte do cds fique mais abaixo na lista ou, então, que indique uma mulher.

nas europeias de 2004, psd e cds concorreram coligados, tendo os centristas ocupado o 4.º e o 9.º lugares.

ps quer indicar comissário europeu

outras das questões que também já está em cima da mesa é a indicação do próximo comissário europeu por parte de portugal – o que só terá lugar depois das eleições europeias.

o socialista antónio vitorino defendeu esta semana que deve ser o partido vencedor das europeias a indicar esse nome. “há que ter em consideração o aspecto político da expressão da vontade popular”, disse. na expectativa que o ps ganhe essas eleições, a escolha não caberia assim em exclusivo ao primeiro-ministro em funções.

esta teoria esbarra, contudo, no apelo que já foi feito, no final de 2013, pelo presidente do partido popular europeu aos primeiros-ministros dos países europeus da sua família política. segundo soube o sol, joseph daul pediu expressamente que esses governantes não escolham comissários de partidos que não integram o ppe de modo que a composição da futura comissão europeia reflicta o mesmo equilíbrio partidário que os governos europeus.

“se o ps insistir muito, o governo tem uma solução fácil: escolhe o luís amado”, afirma ao sol fonte social-democrata, referindo-se a um socialista que, em muitas matérias, está mais próximo do psd do que de antónio josé seguro.

helena.pereira@sol.pt