O líder do CDS fez questão de frisar que a economia portuguesa estava a crescer, que o desemprego estava a descer e que o fim do resgate estava garantido. “Terra à vista, como diriam os nossos marinheiros”, disse em português, num discurso muitas vezes interrompido por aplausos. “Portugal is back”, acrescentaria em inglês.
Com grandes elogios a Rajoy, Portas destacou o facto de a Espanha ter sabido escapar a um resgate geral (teve resgate parcial para acudir à banca) e de na oposição o político galego ter aceite inscrever na Constituição a regra de ouro – o que não foi possível em Portugal.
Ao lado do PP espanhol no ataque aos socialistas, disse que estes “são muito bons a gastar o dinheiro dos outros” e insurgiu-se contra quem pensa na Europa que os países do Sul são “preguiçosos”. Mais palmas garantidas.
Apresentado pelo presidente da Câmara de Valladolid como “Pedro Passos Coelho, vice-Presidente da República de Portugal”, Portas discursou durante 12 minutos num castelhano exemplar (parte da família paterna é da Galiza).
As relações entre o CDS e o PP espanhol sempre foram boas, mesmo nos anos em que o CDS esteve fora do Partido Popular Europeu por expulsão. Adriano Moreira (fundador do CDS) e Fraga Iribarne (fundador do PP) eram amigos e compadres. Portas granjeou mais simpatias em Espanha desde que foi ministro dos Negócios Estrangeiros.